A adoção de uma dieta mediterrânica pode ajudar a preservar a memória e a capacidade de raciocínio, reduzindo os riscos de demência, concluiu um novo estudo norte-americano.
A adoção de uma dieta mediterrânica pode ajudar a preservar a memória e a capacidade de raciocínio, reduzindo os riscos de demência. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, que associa estes benefícios à eliminação das gorduras saturadas e à ingestão de ácidos gordos ómega-3 presentes nas carnes brancas (como o frango e o peixe) e nos temperos das saladas onde o “rei” é o azeite.
“Uma vez que não há tratamentos definitivos para a maior parte das demências, práticas que podem ser modificadas, como a dieta, e que podem retardar os sintomas deste tipo de patologia, são muito importantes”, explica Georgios Tsivgoulis, neurologista da Universidade de Alabama-Birmingham (UAB) e da Universidade de Atenas, na Grécia, que coordenou a investigação publicada na revista científica Neurology.
Os investigadores da UAB utilizaram dados provenientes de um censo realizado no âmbito do programa Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke (REGARDS) daquela universidade, que envolveu 30.329 pessoas com idade a partir dos 45 anos entre 2003 e 2007, que continuam a ser acompanhadas para monitorização do estado de saúde.
Ao longo do estudo, os especialistas analisaram a dieta de 17.478 afro-americanos e caucasianos com uma média de idades de 64 anos (17% dos quais com diabetes) com o objetivo de compreender se o regime alimentar que seguiam estava mais ou menos próximo de uma dieta mediterrânica. Além disso, durante quatro anos, os participantes foram também sujeitos a testes à memória e ao raciocínio.
Dieta reduziu riscos de demência em 19%
A equipa de Tsivgoulis constatou que, entre os participantes saudáveis, aqueles que seguiam mais rigorosamente a dieta mediterrânica apresentavam uma probabilidade 19% menor de desenvolver problemas relacionados com a cognição e a memória do que os restantes, não se observando diferenças significativas entre afro-americanos e caucasianos.
No entanto, adianta um comunicado divulgado pela UAB, os investigadores verificaram também que nos pacientes com diabetes não se notou qualquer diminuição do risco de problemas associados à memória e ao raciocínio graças a este tipo de dieta.
“A dieta é um fator importante que pode ajudar a preservar o funcionamento cognitivo adequado numa fase avançada da vida”, realça o líder da investigação.
“Contudo, é apenas uma das práticas que tem um papel de relevo nos mecanismos mentais. O exercício, a 'fuga' à obesidade, a abstinência tabágica e o acompanhamento cuidadoso de problemas como a diabetes e a hipertensão são igualmente importantes”, conclui Tsivgoulis.
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