Seguir uma dieta mediterrânica pode contribuir para aumentar a longevidade. A conclusão é de um novo estudo norte-americano publicado esta semana no British Medical Journal.
Seguir uma dieta mediterrânica pode contribuir para aumentar a longevidade. A conclusão é de um novo estudo norte-americano publicado esta semana no British Medical Journal, que revela que este tipo de regime alimentar está associado a telómeros mais longos, biomarcadores que indicam um envelhecimento lento.
Os telómeros são componentes localizados nas extremidades dos cromossomas, semelhantes às pontas de plástico dos atacadores, que impedem que o código genético que contêm seja “entornado”.
Em indivíduos saudáveis, estes componentes encolhem com a idade, ficando com metade do tamanho entre a infância e a idade adulta e voltando a diminuir, depois, à medida que os anos avançam, explicam os investigadores do Brigham and Women's Hospital e da Harvard Medical School, responsáveis pelo estudo.
Telómeros mais curtos indicam, normalmente, uma menor esperança de vida e um maior risco de doenças associadas à idade, mas os cientistas já concluíram que a redução do tamanho destes elementos é influenciada pelos hábitos diários e por fatores como a obesidade, o tabaco ou o consumo de refrigerantes.
A equipa norte-americana decidiu, portanto, avaliar o papel do consumo de frutas, de vegetais e de frutos secos, elementos determinantes da dieta mediterrânica e populares pelos seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, na evolução do tamanho dos telómeros.
Com esse propósito, os cientistas, coordenados por Immaculata De Vivo, principal autora da investigação, analisaram dados de 4.676 mulheres de meia-idade que responderam a questões sobre os hábitos alimentares e foram submetidas a exames sanguíneos para deteção do tamanho dos telómeros.
Foram atribuídos pontos, de 0 a 9, à dieta de cada uma das participantes, com as pontuações mais elevadas a indicar que estas seguiam regimes alimentares mais próximos de uma dieta mediterrânica.
Dieta contribui para atrasar o envelhecimento
Mesmo depois de serem considerados outros fatores, uma grande adesão a este tipo de dieta apareceu relacionada com telómeros maiores, com cada ponto adicional conseguido a corresponder a um envelhecimento, em média, um ano e meio mais lento.
“Ao que sabemos, este é o primeiro estudo amplo a analisar, diretamente, a associação entre o seguimento de uma dieta mediterrânica e o tamanho dos telómeros em mulheres saudáveis de meia-idade”, afirmam os autores do estudo em comunicado.”Os nossos resultados voltam, uma vez mais, a reforçar os benefícios deste tipo de dieta na promoção da saúde e da longevidade”, finalizam.
Recorde-se que a dieta medierrânica tem sido constantemente associada a benefícios para a saúde, acreditando-se que contribui para a diminuição da mortalidade precoce e para a redução do risco de doenças crónicas, em particular de patologias cardiovasculares.
Este regime alimentar carateriza-se por um elevado consumo de vegetais e grãos (como ervilhas, feijão e lentilhas), de frutos frescos e secos e de azeite e por uma reduzida ingestão de gorduras saturadas a par de um consumo moderado de peixe e baixo de produtos lácteos e carne.
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