Adotar uma dieta mediterrânica, rica em azeite, mesmo que esta não tenha sido seguida a vida inteira, dá aos ossos uma garantia de maior proteção durante o envelhecimento, concluiu um estudo espanhol.
Adotar uma dieta mediterrânica, rica em azeite, mesmo que esta não tenha sido seguida a vida inteira, dá aos ossos uma garantia de maior proteção durante o envelhecimento. A conclusão é de um estudo espanhol, que revelou que apenas dois anos sob este regime alimentar ajudam a preservar e até a desenvolver a massa óssea nas pessoas mais velhas.
O potencial da dieta, que engloba os hábitos alimentares considerados tradicionais para as populações de muitos países da Europa do sul, entre os quais Portugal, sempre foi conhecido, acreditando-se que melhora o coração e contribui para prevenir o cancro por ser rica em frutas, vegetais, peixe e gorduras saudáveis como o azeite e pobre em carnes vermelhas e laticínios.
Porém, o estudo “Predimed – Prevencion con Dieta Mediterranea”, recentemente divulgado e desenvolvido por investigadores do Hospital Dr. Josep Trueta em Girona, Espanha, mostra benefícios mais alargados, permitindo constatar que quem consome mais azeite possui níveis mais elevados de osteocalcina – uma hormona ligada à resistência dos ossos – no sangue.
O estudo em causa envolveu 127 pessoas com idades entre os 55 e os 80 anos e com elevado risco de problemas cardiovasculares devido a causas como diabetes tipo 2 ou hipertensão arterial. Os voluntários foram divididos em três grupos: um seguiu uma dieta mediterrânica com frutos secos variados, outro uma dieta mediterrânica com consumo de, pelo menos, 50ml de azeite virgem por dia e o último uma dieta pobre em gorduras.
Aqueles que seguiram a “dieta do azeite” foram aconselhados a utilizá-lo para cozinhar e temperar saladas, bem como a ingerir mais fruta e vegetais e menos carne vermelha e a evitar manteiga, natas, bolos e “fast-food”. No caso de terem o hábito de beberem álcool, os especialistas sugeriram-lhes o consumo moderado de vinho tinto.
Azeite ajuda à preservação óssea
Após dois anos de investigação, a equipa concluiu que os que se alimentaram de acordo com estas regras registaram um aumento significativo na concentração de osteocalcina e outros marcadores associados à formação e fortalecimento dos ossos, um efeito que não se fez sentir em nenhuma das outras dietas.
“Este é o primeiro estudo aleatório que demonstra que o azeite preserva os ossos em humanos, considerando os marcadores em causa. É importante sublinhar que a osteocalcina no sangue surge associada à preservação da secreção de insulina nos sujeitos que consumiram azeite”, explicou Jose Manuel Fernandez-Real, do Hospital Dr. Josep Trueta.
As conclusões vêm dar apoio a resultados obtidos por investigações anteriores, que davam conta de que os países mediterrâneos têm uma menor incidência de osteoporose em comparação com as nações do Norte da Europa, o que poderá dever-se a fatores relacionados com a alimentação.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês) publicado o mês passado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.