Na diálise peritoneal, o tratamento funciona utilizando o próprio organismo. O sangue é limpo por um líquido que é introduzido, através de um cateter, num espaço vazio dentro do abdómen, chamado cavidade peritoneal. Este líquido tem de ser substituído várias vezes ao longo do dia, tarefa normalmente realizada manualmente, ou com a ajuda de uma máquina, pelo doente ou por um familiar.
Na hemodiálise, esse processo de filtração do sangue é feito fora do corpo, através de uma máquina supervisionada por um enfermeiro especializado, sob orientações médicas.
No primeiro estudo divulgado pelo jornal norte-americano, foram analisados dados de 620.020 pacientes norte americanos que iniciaram hemodiálise e outros 64.406 que começaram a diálise peritoneal em três períodos: entre 1996 e 1998, de 1999 a 2001 e entre 2002 e 2004.
Embora os pacientes em diálise peritoneal tivessem nos primeiros períodos um risco de morte ligeiramente superior aos submetidos a hemodiálise, a diferença desapareceu nos períodos posteriores. Os que foram submetidos a hemodiálise viveram uma média de 38,4 meses, enquanto os que fizeram diálise peritoneal apresentaram uma esperança de vida de 36,6 meses.
Num segundo estudo foram analisados dados de um banco nacional de doentes, desta vez os investigadores pretendiam determinar se os pacientes que receberam informações sobre a diálise peritoneal apresentavam uma maior probabilidade de realmente optarem por este método.
Foi verificado que, apesar de quase dois terços (61%) dos pacientes terem falado sobre a diálise peritoneal com os técnicos de saúde, apenas 11% escolheram esta opção. Também foi verificado ser mais provável os pacientes de hemodiálise serem negros ou viverem sozinhos e os pacientes submetidos a diálise peritoneal terem uma licenciatura e estarem no ativo.