Com o desejo de tornar palpável a imaginação dos mais pequenos, duas amigas - uma portuguesa e uma brasileira - juntaram-se para dar origem à Trapos e Monstros, que faz com que os bonecos das crianças saltem do papel para a vida real.
É provável que nada represente melhor a criatividade no seu estado mais puro do que o desenho de uma criança. Com o desejo de estimular essa criatividade e tornar palpável a imaginação dos mais pequenos, duas amigas – uma portuguesa e uma brasileira – juntaram-se para dar origem à Trapos e Monstros, que faz com que os bonecos a caneta de feltro ou lápis de cor saltem do papel para a vida real.
por CATARINA FERREIRA
Foi em Maio deste ano que o negócio de Catarina Tavares Porto e Caroline Barbarioli arrancou, impulsionado por um desenho feito pela filha da webdesigner, professora e decoradora portuguesa. “A Duda, que tinha três anos na época, desenhou o pai, com óculos e tudo, como presente do Dia do Pai”, conta Catarina em entrevista ao Boas Notícias.
Porque o desenho parecia “pedir para se transformar em boneco”, foi exatamente isso que aconteceu. “Foi fantástico ver a reação dela e como ela automaticamente reconheceu o boneco como sendo o seu pai”, recorda, salientando que a Trapos e Monstros se inspirou, em parte, no trabalho da artista canadiana Wendy Tsao, que desenvolve um projeto semelhante.
“Uma vez que tanto eu como a Carol temos filhos pequenos, que estão a começar a desenhar, julgámos que confecionar os bonecos a partir dos desenhos deles seria uma forma incrível de se relacionarem com as suas criações, de estimular o gosto pelo desenho e começar a criar a própria identidade”, defende a co-fundadora da Trapos e Monstros.
Entretanto, Caroline voltou ao Brasil, mais precisamente a São Paulo, e Catarina ficou por terras lusitanas. Com um ateliê em Portugal e outro na cidade paulista, gerido pela responsável brasileira, as duas empreendedoras fizeram, em poucos meses, mais de uma centena de bonecos. Ao fim de três meses, as criações já tinham, aliás, chegado a quase 10 países diferentes.
“De Portugal já saíram pouco mais de 70 bonecos e do Brasil cerca de 30. O maior número de pedidos vem de países europeus e são os italianos que mais nos procuram”, revela Catarina. Mas não há fronteiras para o trabalho que desenvolvem e, sendo exportados para locais que vão desde a Bélgica à Irlanda, passando pela Alemanha, pelo Reino Unido e pela Roménia, os bonecos luso-brasileiros chegaram até aos Estados Unidos.
Bonecos são únicos e todos feitos à mão
A fantasia é o único limite: há animais de todas as cores, há fadas, planetas, palhaços e dragões que reproduzem fielmente as obras dos pequenos artistas rabiscadas no papel. Dentro da Europa, os bonecos, que podem ser encomendados em dois tamanhos (médio e grande) têm um preço base de 30 euros, valor que pode aumentar conforme os detalhes do desenho e os materiais usados.
“São todos feitos à mão e de forma artesanal. A única máquina que usamos é a máquina de costura”, realça Catarina. “São usados vários tipos de tecido e temos em conta que são bonecos para crianças, portanto há sempre um grande cuidado na escolha dos materiais”, garante ainda, admitindo que “quando o boneco é para um adulto, o que também acontece, há um pouco mais de liberdade nessa escolha”.
Apesar de muito diferentes entre si, retratando as personalidades distintas que desde cedo se vão formando, Catarina e Caroline garantem que todos os trabalhos são especiais. “Gosto de saber a história de cada boneco e penso muito na nela e na pessoa que vai recebê-lo quando o faço. Há vários bonecos que me marcaram por isso mesmo”, confessa a portuguesa ao Boas Notícias.
“Atender bem” é a principal prioridade
O negócio é recente, mas as duas sócias estão muito satisfeitas com a adesão dos clientes ao projeto. Ainda assim, Catarina lamenta a pouca procura em Portugal. “[No nosso país a procura] é muito fraca porque as pessoas ainda não tomaram conhecimento do nosso trabalho”, admite, sublinhando, pelo contrário, que, no Brasil, a Trapos e Monstros têm sido muito bem acolhida.
“No Brasil temos, inclusive, muitas histórias de desenhos que não foram espontâneos, foram feitos apenas para se transformarem em bonecos porque as mães descobriram o projeto”, desvenda.
Segundo Catarina, o principal objetivo a curto-prazo é manter a empresa a crescer e garantir que os bonecos continuam a honrar o talento dos seus jovens criadores. “A procura foi realmente maior e mais rápida do que esperávamos. Estamos a trabalhar para satisfazer todos os pedidos e o que temos em mente é apenas atender bem os nossos clientes”, conclui.
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