Um grupo de médicos do centro de oncologia da Universidade do Arizona, nos EUA, acaba de anunciar a descoberta de um novo tratamento para o cancro do ovário capaz de diminuir o tamanho dos tumores e desacelerar a progressão da doença.
Um grupo de médicos do centro de oncologia da Universidade do Arizona, nos EUA, acaba de anunciar a descoberta de um novo tratamento para o cancro do ovário capaz de diminuir o tamanho dos tumores e desacelerar a progressão da doença.
A terapia em causa foi dada a conhecer esta semana através de um estudo publicado na revista científica Lancet Oncology e baseia-se no uso do trebananib, um fármaco que tem como alvo a angiogénese, ou seja, o processo pelo qual se desenvolvem novos vasos sanguíneos em redor dos tumores cancerígenos.
Em comunicado, os cientistas explicam que o medicamento atua segundo um mecanismo “muito diferente” de outros agentes farmacológicos, acrescentando que, ao contrário de outros medicamentos, o trebananib “não aumenta os riscos de hipertensão arterial e de perfuração do intestino”, apresentando, porém, “um impacto semelhante ao nível da redução dos tumores e do atraso da progressão do cancro”.
As conclusões surgem em sequência de um ensaio clínico aleatório de fase III que acrescentou a toma de trebananib (ou de um placebo) à quimioterapia convencional em 919 mulheres com cancro do ovário recorrente oriundas de 179 instituições médicas de 32 países.
“Esta é uma medicação com resultados entusiasmantes no tratamento do cancro do ovário recorrente, que é quase sempre fatal e que, portanto, exige desesperadamente novos tratamentos”, explica Bradley J. Monk, coordenador do estudo e diretor da unidade de ginecologia oncológica do centro médico da universidade norte-americana.
De acordo com o investigador, o ensaio clínico efetuado revelou “que a angiogénese é um processo complexo na oncologia” e que atacar novos alvos poderá permitir aos cientistas “inibir de forma mais eficaz o crescimento de novos vasos sanguíneos que são indispensáveis à progressão do cancro e ao aparecimento de metástases”.
“Se conseguirmos impedir os cancros de crescer ao privá-los do abastecimento de sangue, podemos ajudar as nossas pacientes a sentirem-se melhor e a viverem mais tempo”, conclui Monk.
A equipa da Universidade do Arizona está já, entretanto, a realizar outros dois ensaios clínicos cujos resultados deverão ser apresentados dentro de um ano e poderão vir a permitir obter a permissão da autoridade norte-americana do medicamento (Food and Drug Administration – FDA) para administração do fármaco às mulheres com cancro do ovário.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na Lancet Oncology (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz