Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de descobrir, sob as águas do Oceano Pacífico, aquele que é o maior vulcão já conhecido do nosso planeta e também um dos maiores do Sistema Solar, comparável a alguns vulcões marcianos.
Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de descobrir, sob as águas do Oceano Pacífico, aquele que é o maior vulcão já conhecido do nosso planeta. O Tamu Massif, como foi batizado, cobre uma área semelhante à das Ilhas Britânicas ou ao estado do Novo México, nos EUA, sendo quase tão grande como os vulcões gigantes de Marte, o que o coloca também entre os maiores do Sistema Solar.
Situado a cerca de 1.600 quilómetros do Japão, na região noroeste do Oceano, o Tamu Massif faz parte do grande maciço de Shatsky Rise, um conjunto montanhoso subaquático que terá sido formado há 130 a 145 milhões de anos por ação da erupções de diversos vulcões marinhos.
Graças ao estudo realizado pela equipa da Universidade de Houston, sabe-se agora que a massa de basalto que constitui o Tamu Massif surgiu a partir de uma erupção única. “O Tamu Massif é o maior vulcão 'individual' já descoberto na Terra”, afirma William Sager, coordenador da investigação, em comunicado.
“É possível que haja vulcões maiores, mas não sabemos se, nesse caso, não estaremos a falar de complexos de vulcões em vez de uma estrutura única”, acrescenta o especialista, cujo trabalho acaba de ser publicado na prestigiada revista científica Nature Geoscience.
Segundo os cientistas, o Tamu Massif distingue-se, entre os vulcões subaquáticos, não apenas pelo seu tamanho, mas também pela forma: é baixo e “largo”, o que significa que as correntes de lava terão viajado por distâncias muito mais longas do que acontece com a maior parte dos vulcões no nosso planeta.
“A forma [do Tamu Massif] é diferente da de qualquer outro vulcão submarino da Terra e é muito possível que venha a dar-nos pistas importantes sobre a formação dos vulcões gigantes”, congratula-se Sager.
“Houve uma quantidade enorme de magma a vir do centro e este magma tem de ter vindo do manto terrestre. Portanto, estas informações são relevantes para ajudar os geólogos a perceber como funciona o interior do planeta”, sublinha.
Vulcão terá aproximadamente 145 milhões de anos
As estimativas feitas pelos investigadores apontam para que o Tamu Massif tenha, aproximadamente, 145 milhões de anos de idade, e que tenha ficado inativo alguns milhões de anos após a sua formação.
O cume do vulcão situa-se a aproximadamente dois metros da superfície do mar, ao passo que a sua base, acredita a equipa, estará em águas com uma profundidade de quase seis quilómetros.
Este vulcão tem uma extensão total de cerca de 120.000 quilómetros quadrados. O vulcão Mauna Loa, no Havai, o mais ativo da Terra, estende-se apenas, por exemplo, ao longo de 2.000 quilómetros quadrados, o que comprova o tamanho raro do Tamu Massif.
De acordo com Sager e os colegas, as dimensões do Tamu Massif são somente comparáveis à do vulcão Olympus Mons, em Marte, um vulcão gigante que é apenas 25% maior em termos de volume do que o agora descoberto no Pacífico.
O projeto da Universidade de Houston foi financiado pela National Science Foundation dos EUA através do programa “Integrated Ocean Drilling Program”, uma iniciativa de investigação internacional dedicada à compreensão científica avançada da Terra a partir do fundo do mar.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo que permitiu aos cientistas saber mais sobre o Tamu Massif publicado na revista Nature Geoscience.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca e David Ferreira