Apesar dos casos de resistência serem raros – 90% dos pacientes são tratados com sucesso -, os cientistas estudaram os cinco mil genes do parasita e por fim anunciaram, na revista britânica BMC Genomics, a descoberta de um cujas mutações permitem ao agente patogénico resistir aos derivados da artemisinina.
Segundo Pedro Cravo, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa, a descoberta foi feita num modelo animal da malária, neste caso num parasita que infecta ratinhos, revelou o geneticista ao jornal Público. Urge agora verificar se nos parasitas que infetaram seres humanos, e que resistiram aos tratamentos, também está implicado o mesmo gene.
As amostras destes parasitas estão a ser investigadas por uma estudante de doutoramento de Pedro Cravo, Gisela Henriques, na Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Este avanço pode ajudar a travar a resistência do parasita à artemisinina, bem como à produção de novos e melhores fármacos.
A malária – ou paludismo – é uma infeção dos glóbulos vermelhos causada pelo plasmodium, um organismo unicelular.
O paludismo transmite-se através da picada do mosquito Anopheles fêmea infetado, por uma transfusão de sangue contaminado ou por uma injeção dada com uma agulha previamente utilizada numa pessoa infetada.