Os investigadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que fizeram a descoberta, acreditam que o estudo destas civilizações vai ajudar a reescrever a história da Líbia. Por enquanto estão a analisar imagens obtidas por satélite e fotografias aéreas daquela zona que é considerada a parte mais inóspita do deserto.
Até ao momento foram identificadas 100 cidades fortificadas, com castelos e torres que datam da época de antes de Cristo, conta o comunicado divulgado pela universidade. Os Garamantes foram o povo que edificou e habitou aquelas cidades, uma civilização cuja cultura e estilo de vida era muito mais avançado do que sugerem algumas fontes.
“É como se alguém viesse à Inglaterra e descobrisse todos os castelos medievais que temos. Estas ruínas permaneceram despercebidas e sem registo durante o regime de Kadhafi”, explica no comunicado o líder da investigação, David Mattingly, professor de Arqueologia Romana.
Com a morte de Kadhafi existe agora abertura para que os arqueólogos explorarem os territórios pré-islâmicos do país, ignorados durante tanto tempo.
Nas imagens foram identificados restos dos tijolos dos castelos, com paredes de até quatro metros de altura ainda de pé, juntamente com vestigios de habitações, cemitérios, poços e sistemas de irrigação.
Os Garamantes eram “muito civilizados”, explica o investigador. “Eram um estado organizado com capitais e cidades, com linguagem escrita e noção da tecnologia. Foram pioneiros na criação de oásis e na abertura do comércio Trans-Sahara”, explica o professor Mattingly.
Os investigadores acreditam que os Garamantes são personagens centrais naquilo que as crianças líbias aprendem na escola, acerca da sua história e herança.
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