A descoberta foi feita com recurso a raios-x, com uma técnica conhecida por “'Scanning Macro X-ray Fluorescence Spectrometry''. Esta não é a primeira vez que a técnica é usada. Anteriormente já tinha sido descoberto um retrato por detrás de uma pintura de Van Gogh com recurso a raios-X.
Este método usa uma luz que analisa as pinturas e faz com que os átomos nas camadas da tinta emitam raios-x fluorescentes, o que permite criar um mapa de cores da imagem escondida, explicou o professor Joris Dik da Universidade Técnica de Delf ao Museu Rijksmuseum. Esta foi a instituição responsável pela invenção do método, juntamente com a Universidade de Antuérpia (Bélgica).
O retrato descoberto mostra um homem vestido com um uniforme, cujas medalhas e decorações são aquelas que só os mais altos escalões da cavalaria instituída por Joseph Bonaparte vestiam. Isto remonta à altura em que Napoleão Bonaparte era o Rei de Espanha. Por isso, especialistas acreditam que a pintura deve ter sido feita entre 1809 e 1813, dez anos antes do quadro final de Ramón Satué.
O comunicado do museu localizado em Roterdão informa que o rosto do homem retratado não é completamente legível, daí que não se possa identificar quem é. No entanto, não há dúvidas de que se trata de um dos generais que acompanharam Joseph para Madrid, sendo possível que se trate do próprio irmão de Napoleão.
A razão pela qual Goya decidiu esconder a pintura é desconhecida, mas crê-se que o pintor o terá feito quando as tropas napoleónicas foram expulsas de Espanha e Fernando VII retomou ao trono. Goya terá pensado que não seria boa ideia possuir um quadro ligado a Napoleão.