Um grupo de astrónomos da Califórnia detetou, no Espaço, seis flashes ultra brilhantes provenientes de antigas estrelas que deram origem a uma nova classe de supernova, avança a Agência France Press. A descoberta permitirá investigar melhor os primeiros anos do universo.
A maioria das supernovas tem formação quando uma estrela fica sem energia e o núcleo entra em colapso explodindo e deixando um rasto de neutrões ou transformando-se num buraco negro, esclarece o estudo da revista científica “Nature”, publicado pelo astrónomo Robert Quimby.
Existe um tipo mais raro de formação de supernova no qual os fluxos de massa de uma estrela em processo de envelhecimento, chamada estrela vermelha, colapsa em si mesma, acabando por explodir.
Mas as seis supernovas observadas por Quimby e a sua equipa não tinham nenhuma das especificidades frequentes na formação de supernovas. “Temos uma nova classe de objetos que não podem ser explicados por qualquer um dos modelos que vimos antes”, disse Robert Quimby, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), que realizou o estudo.
O mistério do brilho
Está ainda por esclarecer o que causa o brilho intenso destas supernovas e os seus seis flashes. A equipa de astrónomos aponta para uma teoria, em que a fonte do brilho é uma estrela “pulsante”, ou seja, uma estrela muito grande que liberta cápsulas de gás livre de hidrogénio. Quando a estrela explode como uma supernova, a explosão aquece as cápsulas a temperaturas incandescentes, o que causa a sua luminosidade.
“Estas supernovas são 10 vezes mais brilhantes do que as outras e vão permitir que possamos investigar mais profundamente o Espaço assim como cerca de 10% do tempo dos primeiros anos de idade do universo”, explicou a astrónoma francesa Françoise Combes citada pela AFP.
A pesquisa
A pesquisa de Robert Quimby teve início em 2005 quando o astrónomo localizou uma supernova, a SN 2005ap, que era 100 bilhões de vezes mais brilhante do que o Sol e revelou-se duas vezes mais brilhante que as anteriores. Na mesma altura, o telescópio espacial Hubble descobriu uma outra supernova, também com um espetro químico incomum: a SCP 06F6.
Os acontecimentos observados levaram à formação de uma equipa para investigar nos céus a localização dos “transientes”, como são chamados os flashes efémeros, com a ajuda da potência ótica de telescópios instalados na Califórnia, no Havai e nas ilhas Canárias.
No estudo publicado na revista científica Nature, a equipa disse que as supernovas recém-descobertas tinham temperaturas muito elevadas, até 20.000 graus Celsius, e viajam pelo Espaço a uma velocidade de 10 mil quilómetros por segundo.
Quanto à sua presença, o estudo revela que estas supernovas levam muito tempo para desaparecer, cerca de 50 dias, o que contrasta com alguns dias ou algumas semanas no caso de supernovas “comuns”.
[Noticia sugerida por Raquel Baêta e Patrícia Guedes]
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