Há galáxias ultra-luminosas e hiper-luminosas, mas desta vez os investigadores tiveram dificuldade em encontrar uma descrição adequada às suas observações. Isto porque, literalmente, nenhuma teoria havia previsto a observação de uma galáxia tão luminosa. Assim nasceu o termo “outrageously luminous”, que se pode traduzir por “escandalosamente luminosa”.
Enquanto que uma galáxia ultra-luminosa emite uma luminosidade solar de 1 bilião, uma hiper-luminosa irradia luminosidade solar numa escala de até 10 biliões. A título comparativo, a luminosidade desta última descoberta implica a criação de uma escala na ordem dos 100 biliões de luminosidade solar – daí ser “escandalosamente luminosa”.
“Em teoria isto nem existiria. Ela é demasiado grande e luminosa, por isso nunca ninguém procurou por algo assim”, explica Min Yun, líder da equipa de investigação.
Descoberta ajuda a compreender origem do universo
A descoberta deu-se graças ao Grande Telescópio Milimétrico, no México, e à ajuda da sonda espacial Planck e do Observatório Espacial Herschel, geridos pela Agência Espacial Europeia.
Estima-se que a galáxia tenha 10 mil milhões de anos de idade e que tenha sido formada 4 mil milhões de anos após o Big Bang, naquela que é considerada uma fase jovem do universo. A descoberta poderá ajudar os investigadores a compreender melhor a origem do universo.
“Ter consciência de quanto esta galáxia cresceu durante os milhares de milhões de anos desde o seu surgimento vai ajudar-nos a estimar a quantidade de material existente na [fase de] juventude do universo. As coisas parecem ser muito mais complexas do que achávamos que seriam”, acrescenta Min Yun.
Apesar da escala de luminosidade observável ser superior a tudo o que era conhecido, a sua dimensão está a ser ampliada por um fenómeno chamado “lente gravitacional” (em inglês: “gravitational lensing”), em que a luz que passa próxima de objetos massivos é amplificada e parece maior do que realmente é. Isto faz com que da perspetiva terreste pareça 10 vezes mais luminosa do que realmente é.
Mais detalhes na edição online do “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”.