Os fumadores que abandonam o vício antes de chegar aos 40 anos podem viver quase tanto tempo como aqueles que nunca fumaram, concluiu um novo estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Toronto.
Os fumadores que abandonam o vício antes de chegar aos 40 anos podem viver quase tanto tempo como aqueles que nunca fumaram, concluiu um novo estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Toronto.
A investigação vem corroborar os resultados de estudos anteriores, como é o caso de um trabalho da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que já tinha revelado que deixar de fumar antes dos 40 permitia às mulheres acrescentar quase uma década às suas vidas. Porém, o novo estudo conseguiu conclusões mais amplas e relativas aos dois sexos.
Os investigadores, coordenados por Prabhat Jha, especialista do Center for Global Health Research do Hospital de St. Michael e professor da Universidade de Toronto, efetuaram uma análise de registos de saúde e de obituários nos EUA.
Após esta análise, explicam em comunicado, concluíram que quem abandonou o tabaco durante os primeiros anos da idade adulta conseguiu recuperar os 10 anos de vida que, tradicionalmente, são “roubados” aos fumadores pelos cigarros.
“Deixar de fumar antes dos 40, e, de preferência, muito antes dos 40, é capaz de devolver quase uma década de vida que, provavelmente, seria perdida se o hábito se mantivesse”, afirma Jha. “No entanto, isso não significa que seja seguro fumar até essa idade e parar”, alerta o especialista.
De acordo com o coordenador da investigação, “os ex-fumadores continuam a correr riscos mais elevados de morte precoce do que os indivíduos que nunca fumaram”. Porém, “o risco é pequeno se comparado com enorme risco que correm se continuarem a fumar”.
A equipa de Jha descobriu que aqueles que deixaram de fumar entre os 35 e os 44 anos ganharam, em média, nove anos de vida, ao passo que aqueles que abandonaram o vício entre os 45 e os 54 anos e os 55 e os 64 anos ganharam seis e quatro anos de vida, respetivamente.
Os cientistas salientam que se trata de um estudo único, visto que trabalhos anteriores só examinaram grupos específicos – como enfermeiras ou voluntários – com tendência a serem mais saudáveis do que a média dos cidadãos norte-americanos.
Além disso, esta é a primeira investigação a apresentar dados relativos à geração de mulheres que começou a fumar na juventude e que manteve o hábito durante a vida adulta.
“As mulheres que fumam como os homens, morrem como os homens”, frisou Jha, realçando que o risco de morte por causas relacionadas com o tabaco revelado por este estudo é 50% maior do que o de estudos conduzidos nos anos de 1980.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine (em inglês).