Nesta primeira peça desenhada para quatro intérpretes – no palco estão também Clément Garcia (FR) e Raúl Maia (PT) -, a dupla dá continuidade às pesquisas desenvolvidas ao longo de anteriores criações apostando na palavra como matéria maleável; o corpo oscilante entre sujeito e objeto; a cenografia enquanto elemento móvel; a voz e o canto como aquilo que “extravasa” dos corpos.
A repetição, a transformação e a simultaneidade são as ferramentas que os criadores têm vindo a utilizar na procura de materiais que se destacam pela sua precisão, obsessão e desvio das lógicas de composição e interpretação.
“Órbita como a distância mínima para não nos perdemos no outro, para não sermos absorvidos pelo seu campo 'gravitacional' e nos precipitarmos numa irrevogável rota de colisão. No limiar dessa força de atracção reside a tensão dramática de todo o encontro – a eminência da autodestruição subjaz à própria vontade incomensurável do contacto, do toque”, acrescentam.