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Cultivar o empreendedorismo

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Contudo, sabemos que em muitos outros países, nomeadamente desenvolvidos, muitos jovens, quando confrontados com a mesma questão, referem que a maior ambição é criarem o seu negócio. Porque será assim? Porque será que em Portugal não existem condições para que os jovens ambicionem criar negócios como noutros locais do mundo?

Interessa estudar esta questão e conhecer as razões que justificam este comportamento. Interessa saber como se consegue operacionalizar o empreendedorismo e a inovação, já que estes são, em parte, o motor do desenvolvimento económico e social das sociedades. Para além disso, a rigidez do mercado laboral, bem como o elevado desemprego entre os jovens, que em Portugal é atualmente cerca de 35%, justificam a relevância atual, e no nosso País, do tema do empreendedorismo. Hoje, para se entrar no mercado de trabalho, os jovens (licenciados ou não) têm muitas vezes de ter ideias novas, se não mesmo inventar e ter uma atitude muito forte para criarem os seus próprios negócios, apesar de não ser esta a sua primeira ambição.

Acreditamos, por isso, ser indispensável desenvolver em Portugal um ambiente e uma atmosfera que promova e desenvolva o gosto entre os nossos jovens por “fazerem acontecer”, i.e., por empreenderem e assumirem riscos (calculados) de mudança, seja para desenvolverem negócios, criarem empresas ou organizações novas, ou ajudarem a renovar as empresas e outras organizações existentes na sociedade civil, numa dinâmica que vise o desenvolvimento económico e social do país. Nesse sentido, um dos primeiros passos será desenvolver uma atmosfera e cultura no seio das nossas instituições educativas que estimule o desejo por “fazer acontecer”. É fundamental abordar a educação e a ciência, desenvolvendo (novas) atitudes e comportamentos nos estudantes para que, se incentive o empreendedorismo. Sabemos que este está associado a atitudes de proatividade, criatividade e de iniciativa, bem como à capacidade de assumir riscos e de mobilizar recursos, sejam eles humanos, financeiros ou de conhecimento. Subjacente ao empreendedorismo estão também as atitudes de cooperação potenciadoras de sinergias de grupo mais fortes na introdução de novas perspetivas, novas ideias, novas formas de fazer e dizer as coisas. É através destas atitudes que se introduz a mudança, tanto na sociedade, como nas empresas e nas outras organizações da sociedade civil. A penalização do erro e do insucesso, tão presente na cultura Portuguesa, contradiz a busca da novidade e inovação, que em contrapartida podem ser estimuladas pela recompensa não só da concretização e obtenção de resultados, mas também da atitude de experimentação. Na educação, para lá da formação teórica e técnica, é imperativo criar mecanismos e incentivos para que os estudantes possam adquirir competências e ferramentas que lhes permitam desenvolver um espírito proativo, um pensamento crítico e uma consciência social onde seja mais fácil a todos empreender. As Escolas e as Universidades devem proporcionar o reconhecimento social e a visibilidade das pessoas e agentes da mudança que “fazem acontecer”, que inovam, que empreendem e arriscam criando valor para a sociedade, fazendo coisas novas, valiosas e diferentes. Tal como há 500 anos, quando os nossos “aventureiros” rumaram ao mar e descobriram o Mundo, também hoje são essas as atitudes que estarão na base da inovação e da criatividade.

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