Depois de muitas décadas de proibição, a música de artistas como Gloria Estefan ou a já falecida Celia Cruz poderá ecoar nas frequências das rádios cubanas. O governo cubano pôs, este mês, fim a uma lista negra que incluía cerca de 50 artistas que as rádios nacionais estavam proibidas de passar.
A partir de agora, as emissoras cubanas terão a possibilidade de escolherem livremente que artistas passam nos seus programas, uma vez que o governo de Raúl Castro decidiu cancelar a 'lista negra' que incluía mais de 50 artistas considerados opositores do regime.
O governo nunca confirmou a existência da lista – na qual chegou a estar incluído o cantor espanhol Julio Iglesias – mas foram os representantes das próprias rádios que admitiram, em declarações à BBC, que cerca de 50 artistas críticos do regime de Fidel Castro estavam vetados. As mesmas fontes confirmaram o fim da proibição.
Uma das fontes citadas pela BBC disse que as autoridades cubanas contactaram as rádios explicando que a lista já cumpriu o seu “objetivo” e encararam a sua eliminação como um gesto que pretende mostrar uma “abertura ao mundo” por parte do governo.
No entanto, assinala a BBC, o fim da proibição não implica que estes artistas integrem imediatamente a programação das rádios cubanas uma vez que, na maior parte dos casos, as emissoras não possuem os seus discos.
Desde 2011, o governo cubano tem avançado com uma série de reformas que mostram uma maior abertura do modelo socialista atualmente presidido por Raúl Castro, irmão de Fidel, como a autorização de compra e venda de imóveis e de veículos entre particulares. Uma das medidas mais aguardadas para acontecer, na ilha, é a flexibilização de sua política migratória.