A próxima emissão filatélica dos CTT vai ser dominada pelo código de identificação de cores para daltónicos, ColorADD, criado pelo designer português Miguel Neiva. Os selos vão ser lançados a 20 de Março, em Lisboa.
Os CTT escolheram o código para esta edição, que se vai chamar “Comunicar com cores”, considerando tratar-se de “um sistema de codificação para daltónicos que é muito importante e é integralmente desenvolvido por um português”, justificou Raul Moreira, diretor de filatelia dos CTT, à Agência Lusa.
Para o responsável, o ColorADD “é uma permissiva mundial que está a ter bastante sucesso e até já está a ter utilização comercial”, enquadrando-se, assim, na legislação que prevê o lançamento de novos selos.
Além de evidenciar efemérides, os CTT também destacam, nas suas coleções, “acontecimentos nacionais e internacionais de muita importância”, acrescentou Raul Moreira.
Código “permite correta identificação das cores”
Para criar o ColorADD, o designer pegou exatamente nestas cinco cores para desenvolver o projeto, que passa por associar um símbolo gráfico a cada uma das cores primárias, ao preto e ao branco.
No site oficial do código, é explicado que este “é um código monocromático, sustentado em conceitos universais de interpretação e desdobramento de cores, que permite finalmente aos daltónicos a correta identificação das cores”.
A emissão de selos conta com cinco exemplares diferentes, sendo que, em cada um, “existe uma relação direta entre a cor e o que o próprio selo representa”, contou o designer Miguel Neiva à Lusa.
Assim, o selo vermelho destina-se a correio nacional (0,32 cêntimos), o azul representa o correio azul (0,47 cêntimos), o amarelo o correio para a Europa (0,68 cêntimos), o preto (0,80 cêntimos) e o branco (um euro) para o resto do mundo.
1,5 milhões de selos
Raul Moreira afirmou que serão emitidos cerca de 1,5 milhões de selos “Comunicar a cores”, com “uma vida útil até entre sete ou oito anos”. Com esta emissão, “vários milhões de objetos circularão pelo mundo divulgando esta mensagem, universal e inclusiva”.
Miguel Neiva entende que “a cor deve ser para todos” e que “esta é a motivação” que o leva a acreditar que o ColorADD é “um legado que Portugal deixará à humanidade”.
O ColorADD existe já na triagem do Hospital de S. João, no Porto, numa edição de lápis de cor da empresa Viarco, na marca de sapatos DKODE e, entre outros, na estação de Santo Ovídio, em Gaia, do Metro do Porto.
Para conhecer melhor o código ColorADD aceda ao site oficial do projeto, AQUI.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]