Foi em 2011 que as plataformas de financiamento coletivo online (crowdfunding) chegaram a Portugal. E em quatro anos, a adesão dos portugueses a esta solução não para de crescer.
Foi em 2011 que as plataformas de financiamento coletivo online (crowdfunding) chegaram a Portugal. E em quatro anos, a adesão dos portugueses a esta solução não para de crescer. Desde estima-se que já foi angariado um milhão de euros através destas plataformas.
A estimativa é avançada à Lusa por Yoann Nesme, um dos cofundadores da maior plataforma de financiamento colaborativo na internet, a PPL, onde a taxa de sucesso ronda os 49% e onde já foram angariados até ao momento mais de 500 mil euros relativos a 170 projetos.
Segundo o ‘site’ da Massivemov, outras das maiores plataformas também criada em 2011, e que a Lusa tentou contactar sem sucesso, já foram financiados 33 projetos, num total de 103,5 mil euros, rondando a taxa de sucesso os 52%.
As candidaturas chegam aos milhares, mas apenas uma pequena parte delas acaba por ser publicada e, destas, muitas nem chegam a conseguir o montante pedido.
Apesar da “rápida progressão” deste mercado, assinalada por outro cofundador da PPL, Pedro Domingos, o mercado português de ‘crowdfunding’ ainda está a dar os primeiros passos, mas possui um “enorme potencial”.
Em Portugal, a PPL e a Massivemov são as duas plataformas generalistas mais conhecidas, das poucas que existem, destacando-se depois a Olmo e o Bes Crowdfunding, que trabalha em colaboração com a PPL, ambas para promover e apoiar projetos de natureza social.
Com um conceito inovador, destaca-se também a MarkUp, empresa que criou cinco redes sociais, especificamente para o mundo lusófono e os temas da moda e música, disponibilizando um serviço que designou de ‘crowdfinding’ por permite “encontrar dentro da multidão as pessoas certas e com interesses semelhantes” para apoiar os projetos.
De pontes a drones aquáticos
Em Portugal, a maior parte de projetos financiados por ‘crowdfunding’ são culturais, sociais e desportivos, mas por exemplo em Inglaterra este tipo de financiamento coletivo já serviu para a construção de pontes pedonais, de escorregas aquáticos em pleno centro da cidade, instalação de energia solar em edifícios municipais e até pianos públicos.
Nos Estados Unidos, o projeto de um dos primeiros relógios inteligentes do mercado, o Pebble, angariou mais de 10 milhões de dólares (7,3 milhões de euros) em apenas 37 dias, e na Ásia, começam a surgir as primeiras plataformas de ‘crowdfunding’ especializadas no mercado imobiliário.
Em Portugal, a campanha do drone aquático Ziphius, da empresa Azorean, conseguiu uns impressionantes 96 mil euros, na plataforma norte-americana Kickstarter, sendo provavelmente o projeto que angariou mais dinheiro. Seguindo-se o projeto 3D Antártida, da Universidade de Lisboa, para a monitorização de terrenos, que foi financiado com mais de 20 mil euros.