Os resultados do estudo aparecem em contraste com pesquisas anteriores que indiciavam que os jogos poderiam atrasar o desenvolvimento e tornar as crianças mais violentas.
Os investigadores da Universidade de Michigan procuraram concentrar-se, em alternativa, na questão da criatividade, para apurar se esta forma de divertimento teria algum efeito no progresso infantil.
Envolvendo cerca de 500 crianças com 12 anos de idade, a pesquisa conduziu à descoberta de que, quanto mais jogam jogos de vídeo, mais criativas se tornam as crianças no desempenho de tarefas como o desenho ou a escrita de histórias.
Porém, este efeito não está relacionado com a tecnologia em si, mas com os jogos propriamente dito. Se não oferecerem a possibilidade de jogar, os telemóveis, a Internet ou os computadores, não dão qualquer contributo para o aumento da criatividade.
Linda Jackson, professora de Psicologia e investigadora responsável pelo projeto, explicou ao Daily Mail que o estudo surge como a primeira evidência de uma relação entre o uso da tecnologia e a criatividade.
Para os pesquisadores, a descoberta pode contribuir para que os designers de jogos se interessem em perceber quais os elementos que fazem crescer a criatividade, promovendo uma revolução no setor.
“Se este interesse surgir, os jogos de vídeo podem vir a ser construídos de forma a optimizar o desenvolvimento da criatividade sem que se perca a sua capacidade de entretenimento. Talvez uma nova geração de jogos de vídeo venha a apagar a distinção entre educação e entretenimento”, defendeu a investigadora.
O estudo revelou ainda que os rapazes tendem a jogar mais do que as raparigas, preferindo jogos de violência e desporto, ao passo que as meninas mostram maior interesse em jogos que envolvem interação com outros (humanos ou não).
Ainda assim, os resultados demonstram que o aumento da criatividade se observa independentemente do género, da raça e do tipo de jogo escolhido pelas crianças.