O trabalho desenvolvido entre a ALFA (Associação Lusitana de Fitossociologia) e o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) demorou três anos a concluir, “limpou” repetições e nomes que vão mudando com o tempo e chegou ao número total de 3.995 espécies.
De acordo com o inventário, citado pelo jornal Público, estão listadas no continente 3.314 espécies, 1.006 no arquipélago dos Açores e 1.233 na Madeira, onde se encontra o maior número de endemismos (espécie que não existe em mais nenhum lugar), com 157. Nos Açores esse número chega aos 78 e no Continente aos 150.
Nas últimas décadas a galeria de plantas de Portugal tem sido aumentada por espécies exóticas. De acordo com esta lista, existem 412 espécies introduzidas no Continente, 710 nos Açores e 435 na Madeira. Miguel Sequeira da ALFA explica o número mais elevado nas ilhas com a pressão humana. “No Continente, os habitats já estão saturados e não permitem tanto a entrada de plantas novas como nas ilhas”.
Existem três espécies endémicas “comprovadamente extintas por território” Madeira e um nos Açores – e outras de que não se conhece o paradeiro há cem anos.
Lurdes Carvalho, do ICNB salientou que esta lista “permite tirar uma fotografia” da flora portuguesa, com muito “trabalho de atualização, clarificação e uniformização”.
A responsável lembrou que “aquilo que existia eram listas que não reuniam todos os elementos necessários, nem estavam atualizadas. Esta é uma listagem definitiva”.