Os restaurantes portugueses passaram, esta quinta-feira, a ter um número recorde de estrelas Michelin. Os estabelecimentos nacionais foram reconhecidos com um total de 17 estrelas na edição de 2015 do mais prestigiado guia gastronómico.
Os restaurantes portugueses passaram, esta quinta-feira, a ter um número recorde de estrelas Michelin. Os estabelecimentos nacionais foram reconhecidos com um total de 17 estrelas na edição de 2015 do mais prestigiado guia gastronómico do mundo, mais duas do que no ano passado.
O guia ibérico para o próximo ano foi apresentado esta quinta-feira em Marbelha, Espanha, num evento que reuniu os 350 melhores dos melhores da alta cozinha peninsular, de 'chefs' a representantes de entidades oficiais e empresários, sob intensa cobertura mediática.
O Guia Michelin Portugal & Espanha 2015 premiou 14 restaurantes portugueses, três dos quais com duas estrelas. O Belcanto, em Lisboa, juntou-se aos restaurantes algarvios Ocean (de Hans Neuer) e Vila Joya (de Dieter Koschina) nesta que é a categoria da “cozinha excelente”, com o seu 'chef', José Avillez, a tornar-se o primeiro português de sempre a ganhar duas estrelas Michelin.
“Estou muito feliz por mim, pela minha equipa, pela cidade e pelo país. Estamos a fazer história. O trabalho é duro, mas compensa. Mesmo que não tivéssemos conseguido [a segunda estrela], compensa, porque temos clientes muito felizes”, disse Avillez, em Marbelha, à agência Lusa.
O 'chef' partilhou também a sua alegria na página oficial do Facebook, onde deixou um “obrigado” a toda a equipa. “Estamos muito contentes e agradecidos. É uma importante conquista para a cidade de Lisboa”, escreveu José Avillez.
A edição de 2015 do “guia vermelho” atribuiu a primeira estrela (“muito bom na sua categoria”) ao restaurante Pedro Lemos, no Porto, batizado com o nome do 'chef' que o dirige. Mais a sul, o restaurante São Gabriel (Almancil), comandado por Leonel Pereira, reconquistou a estrela que tinha perdido o ano passado, poucos meses depois da mudança de chefe.
No total, 11 restaurantes nacionais mantiveram a estrela Michelin que já tinham alcançado. Foram eles o Willie's (Vilamoura), o Henrique Leis (Almancil), o Il Gallo D'Oro (Funchal), o Casa da Calçada (Amarante), o Fortaleza do Guincho (Cascais), o The Yeatman (Vila Nova de Gaia), o Feitoria (Porto), o Eleven (Lisboa) e o L'And Vineyards (Montemor-o-Novo).
Gastronomia portuguesa entre as mais “dinâmicas e interessantes”
Apesar do sucesso crescente da gastronomia portuguesa, Portugal continua, porém, a não ter nenhum restaurante com a distinção máxima – três estrelas – que equivale a uma “cozinha de nível excecional, que justifica a viagem”.
No decurso do evento, o diretor internacional dos guias Michelin, Michael Ellis, realçou que Portugal e Espanha são “dois dos destinos gastronómicos mais dinâmicos e interessantes a nível mundial”, destacando a distinção de 183 restaurantes na Península Ibérica, mais um “número recorde”.
“Estamos a viver um magnífico momento de alta gastronomia. Este é um ano recorde para os dois países e está cheio de estrelas. Teremos 1.662 restaurantes na nossa seleção e 183 recebem estrelas”, congratulou-se o responsável durante a apresentação do guia.
Em Espanha, o Guia Michelin atribuiu uma nova segunda estrela (ao restaurante Aponiente, Cádiz) e uma primeira estrela a 19 novos espaços. Ao todo, foram distinguidos nesta edição 169 restaurantes espanhóis, oito dos quais com três estrelas.
Mais de 100 anos depois da criação do guia, com o intuito de ajudar os viajantes nas suas deslocações, Espanha e Portugal “continuam a ter alguns dos melhores centros culinários de referência a nível mundial”, declarou Ellis. “Já entrámos no segundo século de vida do guia e penso que o melhor está para vir”, finalizou.
Notícia sugerida por Maria da Luz, Elsa Martins, Maria Pandina e Maria Manuela Mendes
