Estes idosos são pessoas com idades acima dos 80 anos que vivem sózinhos. “Muitas estão em andares altos, o que inviabiliza ainda mais a saída à rua”, refere a coreógrafa, formadora do curso de Artes Performativas da associação cultural SOU – Movimento e Arte, sediada perto do Intendente e que tenta envolver a comunidade nas suas acções.
Numa das ações, Madalena Victorino decidiu “ir à procura de um sector social do bairro que tivesse poucas oportunidades de fruir do espaço público e de contactar com as pessoas da rua”. Foi assim que surgiu esta ideia.
Através da Santa Casa da Misericórdia, conseguiu, com os alunos do curso, aceder a um conjunto de idosos que os receberam, numa primeira fase, em suas casas.
Durante as visitas surgia sempre a pergunta: “Gostariam de receber um espectáculo na sua própria casa, que de alguma forma estivesse ligado às conversas que acabaram de ter?”, conta a coreógrafa à agência Lusa.
Foram sete os que quiseram, dois homens e cinco mulheres, mostrando-se “muitíssimo contentes” com a ideia e partilharam memórias sobre as suas vidas – trabalho, família, vizinhança – que agora vão ser usadas para construir as peças.
Quando os espectáculos, que são “sequências de dança e música ao vivo”, estiverem prontos, vão ser levados a casa das pessoas que manifestaram vontade e “oferecidos como presente”.