Os recifes de coral ocupam mais de 200 mil quilómetros quadrados dos oceanos do planeta e são os mais sensíveis ao fenómeno do aquecimento global. Por isso, Andre Grottoli, da Universidade estatal de Ohio (EUA), lidera uma equipa de investigadores que, dia e noite, mergulham nas águas de Puerto Morelos para recolher amostras de zooplâncton e coral das espécies mais ameaçadas.
Para compreender o que determina a sobrevivência de algumas espécies nas águas mais quentes, os fragmentos de coral são colocados em tanques no laboratório e expostos a temperaturas elevadas (31,5º C, por exemplo), para que os cientistas estudem as características fisiológicas associadas à sobrevivência e mortalidade das várias amostras.
Os sinais de exposição a um aumento de temperatura tornam-se evidentes no chamado fenómeno de branqueamento: “Quando expostos a temperaturas elevadas, às vezes uma subida de 1,5ºC, durante um mínimo de 10 dias, os corais expelem as suas algas microscópicas [graças às quais os corais têm as suas cores vibrantes] e tornam-se esbranquiçados, dando-lhes uma aparência de ‘branquamento'”, explicou Andrea Grottoli ao jornal Público.
Considerando que a frequência e a intensidade desse fenómeno tem tendência para aumentar nos próximos anos, a equipa de investigadores espera reunir resultados sólidos para apresentar aos responsáveis de áreas marinhas protegidas, para que estes possam proteger, da forma mais eficaz, as espécies em perigo.
[Notícia sugerida pela utilizadora Joana Sousa]