A cooperativa Fruta Feia, criada por quatro amigos para aproveitar os produtos hortofrutícolas que vão para o lixo por não terem o aspecto exigido pelo mercado, inaugura já na próxima segunda-feira, em Lisboa.
A cooperativa
Fruta Feia, criada por quatro amigos para aproveitar os produtos hortofrutícolas que vão para o lixo por não terem o aspecto exigido pelo mercado, inaugura já na próxima segunda-feira, em Lisboa.
A cooperativa vai abrir a 18 de Novembro na Casa Independente, nos Anjos, Lisboa, depois de alguns contratempos que levaram a que o projecto, um dos três vencedores de um concurso de ideias, promovido pela Gulbenkian, só tenha reunido agora o dinheiro suficiente para arrancar.
Até ao momento são 12 os produtores da zona Oeste que vão colaborar com a delegação de Lisboa, mas a Fruta Feia tem tido contactos de vários interessados em participar no projecto de variadas zonas do país.
“O nosso projeto também implica uma proximidade aos agricultores, tornando-se inviável irmos buscar laranja ao Algarve. Teria um custo de transporte que seria reflectido nos custos ao consumidor. Para já não conseguimos dar resposta pela questão do transporte, mas esperamos no futuro replicar a ideia noutros pontos do país”, explica Isabel Soares, uma das mentoras.
Dois dias depois de ter sido publicado na página oficial que as inscrições na Cooperativa estavam abertas, já há mais de 60 pessoas sócias da Fruta Feia, dispostas a pagar a quota anual de cinco euros além dos 3,5 euros por um cabaz pequeno – três a quatro quilos de frutas e hortícolas da época — ou sete euros pelo cabaz grande com seis a oito quilos, que serve uma família de quatro pessoas.
Isabel Soares explica que a Cooperativa está preparada para abastecer até 120 pessoas mas o projecto já será sustentável com apenas quarenta. Quanto aos preços praticados, foram estipulados em função dos custos dos produtos e dos transportes e depois de tirada uma “pequena margem para o projecto crescer”.
“Fizemos uma cesta no supermercado com este tipo de produtos, vimos o seu preço e estabelecemos que seria metade. Sabemos que é pelos preços que vamos atrair os consumidores”, reconhece.
De acordo com Isabel Soares, um dos entraves ao projeto foi a constituição legal da cooperativa e as várias burocracias que tiveram de ser ultrapassadas.
Financeiramente o grupo tinha o prémio de 15 mil euros do concurso Ideias de Origem Portuguesa, da Gulbenkian e da Cotecmas que veio a “tornar-se insuficiente par pagar a carrinha, a constituição legal”.
Outro obstáculo foi o próprio contacto com os agricultores. “O objetivo é ajudar directamente os agricultores e não distribuidores ou intermediários, foi difícil passarem-nos esses contactos e não se trata de pessoas que estão pela internet”, reconheceu.
As cestas vão poder ser recolhidas, numa primeira fase, às segundas-feiras na Casa Independente, nos Anjos, sendo que a Fruta Feia, ideia de Isabel Soares, Inês Ribeiro, Francisco Gonçalves e Sara Silva, pensa arranjar, em breve, outros pontos de recolha em Campo de Ourique e Telheiras.
A Fruta Feia, que conta ainda com recursos financeiros limitados, está a promover uma campanha de 'crowdfunding' (donativos monetários) na internet, de forma a poder viabilizar o projeto em outras partes do país.
Clique AQUI para aceder ao Facebook da Fruta Feia.
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