As ações de conservação do priolo e da freira-da-madeira, duas espécies de aves que apenas podem ser encontradas em Portugal, acabam de ser apontadas como exemplos de sucesso num relatório apresentado no Congresso Mundial da Birdlife.
As ações de conservação do priolo e da freira-da-madeira, duas espécies de aves que apenas podem ser encontradas em Portugal, acabam de ser apontadas como exemplos de sucesso num relatório apresentado durante o Congresso Mundial da Birdlife, uma parceria que reúne dezenas de organizações de conservação de aves de todo o mundo, que decorreu a semana passada no Canadá.
De acordo com o relatório agora divulgado, a Birdlife e os seus membros têm trabalhado no sentido de preservar 60% das 197 espécies de aves em maior risco de extinção do mundo, permitindo que as ameaças fossem reduzidas ou estabilizassem. O priolo e a freira-da-madeira são dois dos casos elogiados e mais bem-sucedidos, já que a população das duas espécies, exclusivas do nosso país, conseguiu recuperar.
Ao longo dos últimos 10 anos, o priolo tem sido alvo de projetos de conservação coordenados pela Sociedade Portuguesa para o Estudo dos Aves (SPEA) em parceria com o Governo dos Açores e outros parceiros, nomeadamente os projetos LIFE pRiolo e LIFE Laurissiva Sustentável.
Os trabalhos realizados têm vindo a contribuir para a sua recuperação: no final do século XX, as estimativas apontavam para que a população da espécie fosse de entre 300 a 400 casais e, graças a estes esforços, a população do priolo passou, em 2012, a estar estimada entre os 600 e os 800 casais.
Já no caso da freira-da-madeira, que tem sido alvo de trabalhos de conservação nos últimos 25 anos, liderados pelo Parque Natural da Madeira, em parceria com a SPEA, também viu a sua situação recuperar e chegar aos cerca de 80 casais, explica aquele organismo português.
“Com uma ação de conservação direcionada, muita dedicação e os recursos certos, as espécies podem ser salvas. Aves como a freira-da-madeira e o priolo responderam positivamente às ações desenvolvidas e foi-lhes proporcionado, sendo para a Birdlife International um exemplo a nível mundial”, congratula-se Luís Costa, diretor executivo da SPEA, em comunicado.
Europa e Ásia Central são regiões com mais espécies ameaçadas
De realçar que, das 115 espécies “Criticamente em Perigo” com que a Birdlife tem vindo a trabalhar, 80% melhoraram a sua situação, sendo que 20% passaram para um estatuto mais baixo de ameaça e que, em 63% dos casos, foi possível abrandar o seu declínio. A Europa e a Ásia Central são as regiões onde existem mais espécies ameaçadas (66) e são também aquelas onde foram implementadas mais ações de conservação.
As principais ameaças às espécies de aves na Europa passam pela perda e degradação de habitat e as invasões por espécies exóticas. Para avaliar o risco de extinção de uma determinada espécie, são analisados vários fatores, como o habitat disponível, o ritmo de declínio e o tamanho da sua população.
Clique AQUI para aceder ao relatório da Birdlife (em inglês).