A Confraria do Vinho do Porto proclamou este sábado o ano de 2011 como "ano vintage". Mais de 30 especialistas internacionais marcaram presença numa cerimónia oficial, no Porto.
A Confraria do Vinho do Porto proclamou este sábado o ano de 2011 como “ano vintage”. Mais de 30 especialistas internacionais marcaram presença numa cerimónia oficial, no Porto, antecedida de uma prova de 55 vintages desse ano.
“É uma das maiores declarações de sempre, mas, mais do que a quantidade, é importante que sublinhemos a sua qualidade”, diz Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), à agência Lusa.
Para o responsável, a proclamação “é muito importante para o setor. Estamos a falar da categoria de topo dos vinhos do Porto e tudo isto traz muita mediatização em termos internacionais”, sublinhou.
A proclamação decorreu no espaço Belo Horizonte, na Foz do Douro. Para o presidente da Confraria, George Sandeman, o vintage anunciado tem um perfil “clássico”, podendo “envelhecer, 30, 40 ou 50 anos”.
Segundo Sandeman, “a maioria das casas exportadoras declarou 2011 vintage”. No final da cerimónia, foram cerca de 40 as empresas que fizeram a declaração, que só é possível após a luz verde do IVDP.
A primeira declaração surgiu logo em Março. A partir daí, seguiram-se uma cascata de anúncios semelhantes que reforçaram a excecionalidade do ano de 2011.
O enólogo da Churchills, Ricardo Pinto Nunes, afirmou que “2011 é o melhor ano de sempre, sem dúvida”.
Por seu turno, o chefe da Câmara de Provadores do IVDP, Bento Amaral, disse que ficou “bem impressionado”, tratando-se de um “ano clássico, com vinhos consistentes e com grande potencial de envelhecimento”.
Segundo Bento Amaral, os vintages anteriores, de 2007, distinguiam-se por serem “mais elegantes”. Já os de 2000 eram “opulentos” e estes, de 2011, têm “alguma austeridade e uma boa acidez fresca”.
Questionado sobre como se pode definir um vinho do Porto vintage, o responsável cita um conhecido enólogo: “É um vinho da natureza e o homem não precisa de o estragar”.
Na cerimónia, David Guimaraens, da casa Fonseca, realçou que “um ano vintage é o reflexo da qualidade das uvas do Douro” e que 2001 beneficiou de boas condições climáticas, nomeadamente “um abril mais quente do que o normal”.
A declaração vintage tem origem na primeira metade do século XIX, através de “um ato comercial onde os exportadores enviavam uma notificação aos seus clientes avisando-os que tinham um vinho extraordinário, declarado vintage, e que o mesmo estava disponível para ser vendido”, conta George Sandeman, da Confraria.
Este sábado foi a Confraria a fazer essa declaração de forma simbólica, numa cerimónia alusiva que só ocorre duas ou três vezes por década (a de 2011 é a terceira deste século).
Notícia sugerida por Elsa Fonseca