A Astronomia é talvez a mais antiga ciência matemática da humanidade. Mas para se poder estudar os astros foi preciso que os matemáticos concebessem um processo matemático capaz de “Trazer o Céu para a Terra”. E é este o título da conferência que decorre esta quarta-feira, às 18h, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
A contemplação do céu e dos astros sempre fascinou a humanidade. No entanto, não foi simples conseguir um estudo concreto das posições e dos movimentos das estrelas e dos planetas: os astros parecem deslocar-se numa superfície esférica, uma abóbada por cima das nossas cabeças.
“Foram precisos muitos séculos para apurar as técnicas matemáticas adequadas e desenvolver procedimentos engenhosos que permitissem aos matemáticos e astrónomos estudar na Terra o que se passava nos céus”, explica Henrique Leitão, investigador de História da Ciência da Universidade de Lisboa.
E uma dessas técnicas é precisamente a projeção estereográfica, que permite projetar a abóbada celeste num plano e assim estudar os céus numa folha de papel. “Esta projeção tem propriedades matemáticas muito interessantes e está na base de alguns instrumentos, como por exemplo o astrolábio”, adianta ainda Henrique Leitão, sobre a conferência em que irá demostrar como é que a matemática ajudou a trazer o céu para a Terra.
Henrique Leitão foi responsável pela primeira tradução para português de “O Mensageiro das Estrelas” (Sidereus Nuncius), obra seminal de Galileu Galilei, que a Fundação Gulbenkian publicou em 2010.
Com uma regularidade mensal, o ciclo de conferências “Matemática: a Ciência da Natureza” prolonga-se até ao final de 2012 (com uma pausa no verão). Em Março, Dinis Pestana, do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, falará sobre o tema ter muitas ideias, e a coragem de deitar quase todas fora.
As conferências serão transmitidas em tempo real, via streaming em http://www.livestream.com/fcglive. A entrada é livre.
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