Um centro de investigação de Barcelona conseguiu reverter certas deficiências cognitivas de indivíduos com Síndrome de Down, através da administração de um composto presente no chá verde.
Um centro de investigação de Barcelona conseguiu reverter certas deficiências cognitivas de indivíduos com Síndrome de Down, através da administração de um composto presente no chá verde. Os autores do estudo consideram a investigação, publicada no jornal The Lancet Neurology, inédita.
O composto epigallocatechin gallate (EGCG), obtido a partir do chá verde, consegue melhorar o desempenho cognitivo de pessoas com Síndrome de Down, revela um estudo do Centre for Genomic Regulation, em Barcelona.
A co-autora do estudo, Mara Dierssen, afirma, numa nota de imprensa, que “esta é a primeira vez que algum tipo de tratamento mostra eficácia ao nível das competências cognitivas destas pessoas”.
Os indivíduos com Síndrome de Down experimentam problemas na área da linguagem, da aprendizagem, da memória e da concentração.
Segundo revela Mara Dierssen, esta pesquisa provou que estas falhas estão relacionadas com a expressão excessiva do gene DYRK1A, sendo que a investigação provou que o EGCG reduz a atividade do DYRK1A.
Dose diária de EGCG melhorou três funções cognitivas
A equipa de investigadores de Barcelona fez os testes clínicos em 84 voluntários com Síndrome de Down com idades entre os 16-34. Metade dos participantes tomaram, durante 12 meses, doses diárias de EGCG, um antioxidante da classe dos polifenóis. A outra metade tomou um placebo.
Os participantes que tomaram o composto receberam uma dose de chá vede com EGCG reforçado – 9 miligramas. O estudo foi 'double-blind', ou seja, nem os investigadores nem os participantes sabiam quem tinha tomado o EGCG.
Durante a investigação e também 6 meses depois do período de teste clínico, os participantes foram submetidos a testes cognitivos.
Depois de analisados os resultados, os investigadores perceberam que os participantes que tinham tomado o EGCG revelavam melhorias cognitivas em três áreas: memoria visual, concentração e comportamento social.
Além disso, os 'scan' feitos ao cérebro de cada participante revelaram que os indivíduos que tinham tomado EGCG mostravam uma maior conexão neuronal do que aqueles que tinham recebido o placebo.
Notícia sugerida por Elsa Martins