O azeite pode ser a próxima arma no combate ao cancro. Investigadores norte-americanos descobriram que um composto deste tempero tão apreciado é capaz de matar uma grande variedade de células cancerígenas humanas.
O azeite pode ser a próxima arma no combate ao cancro. Investigadores norte-americanos descobriram que um composto deste tempero tão apreciado é capaz de matar uma grande variedade de células cancerígenas humanas sem exercer quaisquer efeitos nefastos sobre as células saudáveis.
De acordo com um comunicado divulgado pela Universidade de Rutgers e o Hunger College de Nova Iorque, ambos nos EUA, este ingrediente, denominado “oleocanthal” e presente no azeite extra-virgem, é capaz de romper uma parte da célula cancerígena, fazendo com que esta liberte enzimas que causam a sua morte.
No âmbito do estudo publicado na revista científica Molecular and Cellular Oncology, os investigadores conseguiram, em laboratório, perfurar pequenas bolsas no interior das células doentes recorrendo ao “oleocanthal”, que, em última instância, as levou à autodestruição.
Embora já conhecessem os benefícios deste ingrediente, os cientistas não conseguiam, ainda, entendê-los, pelo que decidiram testar uma hipótese: a de que o “oleocanthal” poderia ser capaz de atacar uma proteína fundamental das células cancerígenas que desencadeia e programa a sua morte.
“Quisémos determinar se o 'oleocanthal' estava a atacar esta proteína, causando, assim, a morte celular”, explica Paul Breslin, um dos investigadores envolvidos no estudo, em que também participaram David Foster e Onica LeGendre.
Após terem administrado este composto às células cancerígenas, os cientistas descobriram que estas estavam a morrer rapidamente, destruindo-se num período máximo de uma hora. Uma vez que a morte celular programada demora, por norma, entre 16 e 24 horas, a equipa concluiu que as células estavam a ser mortas pelas suas próprias enzimas, libertadas por ação do “oleocanthal”.
Apesar desta intervenção eficiente, o composto não danificou as células saudáveis, pausando, apenas, temporariamente, o seu ciclo de vida – isto é, “adormecendo-as”, esclarece Breslin, acrescentando que, depois de um dia, estas células recuperaram o seu funcionamento normal.
O objetivo dos investigadores é agora testar este ingrediente em animais vivos para apurar o seu verdadeiro potencial para matar células cancerígenas e encolher tumores. “Também precisamos de entender por que razão as células cancerígenas são mais sensíveis ao 'oleocanthal' do que as saudáveis”, acrescenta a equipa.
De acordo com o “World Cancer Report 2014” da Organização Mundial de Saúde (OMS), registaram-se, em 2012, 14 milhões de novos casos de cancro e mais de 8 milhões de mortes causadas pela doença.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).