Sociedade

Comportamento positivo não garante empatia

As pessoas que se apresentam como mais felizes e positivas tendem a considerar-se também mais empáticas com os outros. Mas um estudo vem demonstrar que este tipo de personalidade não garante uma melhor leitura dos sentimentos alheios.
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As pessoas que se apresentam como mais felizes e positivas tendem a considerar-se também mais empáticas com os outros. Mas um estudo norte-americano vem demonstrar que este tipo de personalidade não garante uma melhor leitura dos sentimentos alheios. 
 
Não anda sempre com um sorriso estampado na cara, nem a repetir mensagens positivas? Talvez esse tipo de comportamento não seja tão importante como se pensa, em termos sociais.

Um estudo da Universidade de Yale (EUA) vem relevar que as pessoas com uma atitude demasiado positiva revelam dificuldades ao nível da empatia – capacidade de nos relacionarmos e de compreendermos as emoções dos outros – uma competência fundamental no nosso desempenho social.

 
“As emoções positivas têm sido associadas a muitos benefícios sociais, mas ainda não se tinha analisado até que ponto este comportamento positivo está (ou não) associado à empatia”, diz Hillary C. Devlin, autora da investigação, no estudo publicado em Outubro no jornal PlosOne. A autora sublinha ainda “que a empatia é uma competência importante para desenvolver e manter relações humanas”. 
 
Equipa estudou 121 adultos

Hillary e a sua equipa contaram com 121 adultos (homens e mulheres) na investigação que foram divididos entre aqueles que se consideram pessoas positivas e os que se consideram menos positivos. Os investigadores questionaram também os participantes sobre o seu nível de empatia e foram os participantes ‘mais felizes’ que se consideraram mais empáticos.
 

No entanto, a pesquisa revelou dados contrários. Os participantes foram expostos a vídeos onde várias pessoas relatavam eventos biográficos (dois positivos e dois eventos negativos). Ao longo do vídeo, os participantes que assistiam foram classificando as emoções dos testemunhos que ouviam. 

Os autores dos vídeos também classificaram as suas próprias emoções, que depois foram comparadas com as classificações dos espetadores. Depois de analisados os dados, a equipa verificou que os participantes que se apresentavam como pessoas ‘positivas’ tiveram mais dificuldade em decifrar o que sentiam os autores dos testemunhos.

Teorias pouco objetivas

A autora do estudo considera, assim, infundadas as teorias que associam um comportamento positivo a uma maior competência ao nível das relações sociais e dos afetos.

Na maior parte dos estudos feitos na área da psicologia, este tipo de competências são muitas vezes avaliadas com base em inquéritos pessoais que, salienta Hillary, podem dar origem a resultados pouco objetivos e afastados da realidade.

Clique AQUI para aceder ao estudo completo.

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