por redação
Medronhos, amoras silvestres e algas são os ingredientes que constituem o Gratô, um produto alimentar eco-inovador semelhante a uma gelatina com polpa, produzido por uma equipa de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
A ideia de criar um novo produto alimentar que pudesse ser ingerido por todos – crianças e adultos, intolerantes à lactose e ao glúten, vegetarianos, diabéticos, etc. -, surgiu num Roadshow realizado no âmbito de uma parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a PortugalFoods promovida pelo gabinete do Vice-Reitor para a Investigação e Inovação, Amílcar Falcão.
O Gratô “consiste num combinado de fruta e algas 100% natural e de origem vegetal. O medronho é o ingrediente principal porque queremos promover o consumo deste fruto, com muito potencial mas pouco explorado além dos licores. Contém também amora silvestre e algas marinhas, nomeadamente Grateloupia turuturu e Undaria pinnatifida (vulgarmente conhecida como Wakame)”, descrevem Daniela Pedrosa, Isabel Cardoso e Nádia Correia.
As alunas do mestrado em Biodiversidade e Biotecnologia Vegetal da FCTUC sublinham que “a introdução das algas no combinado é uma mais-valia relevante do ponto de vista nutricional porque são muito ricas em iodo (essencial para o desenvolvimento cognitivo em crianças) e em fibras alimentares”.
As autoras do Gratô salientam ainda que pretendem promover uma alimentação saudável e, por isso, o combinado “não tem na sua composição açúcares refinados, tem apenas o açúcar natural das frutas e uma pequena porção de stevia (adoçante natural)”.
Para a produção deste novo combinado alimentar, as estudantes contaram com a orientação dos professores Leonel Pereira, especialista da FCTUC em macroalgas marinhas, que conduziu a escolha, identificação e recolha das algas; e Goreti Botelho (ESAC), que guiou todas as etapas da confeção.
O Gratô, em fase de protótipo, já foi apresentado numa feira agroalimentar e a reação dos consumidores que experimentaram “foi extremamente positiva, incentivando-nos a colocar o produto no mercado», contam as jovens, adiantando que «já estamos em contacto com algumas empresas do setor que estão interessadas em comercializar o produto. No entanto, ainda temos de realizar mais testes mas, se tudo correr como o previsto, o Gratô poderá estar na mesa dos portugueses dentro de um ano”.
Para já, na próxima sexta-feira, dia 26 de maio, as jovens vão disputar a final nacional do concurso Ecotrophelia, um concurso de âmbito internacional promovido pela PortugalFoods e Federação das Indústrias Portuguesas Agro Alimentares (FIPA) para premiar a inovação do meio académico no setor agroalimentar. Se vencerem, vão apresentar o Gratô a toda a Europa (na Ecotrophelia Europa 2017).
Nádia Correia, uma das responsáveis do projeto, explica aqui o que é o Gratô.