O acordo entre o governo e as Farc também prevê o desarmamento dos forças revolucionárias, sob supervisão das Nações Unidas, bem como garantias de segurança e da luta contra organizações criminosas responsáveis por assassinatos e massacres.
"Entramos agora na reta final da assinatura do acordo definitivo de paz para todos os colombianos", diz Juan Fernando Cristo, ministro colombiano do interior, citado num comunicado do executivo colombiano.
"O anúncio da manhã [de dia 22 de Junho] significa, nem mais nem menos, o início do fim da guerra na Colômbia. Significa o compromisso das Farc em desaparecer, enquanto movimento armado na Colômbia, e iniciar a sua transformação num movimento político que contará com garantias plenas do Estado, tanto físicas como jurídicas".
Na cerimónia estarão presentes o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o comandante das Farc, Timoleón Jiménez, e representantes de países envolvidos nas negociações, incluindo a Noruega, Venezuela e Chile, bem como Raúl Castro, presidente cubano.
Meio século de conflito, 220 mil mortos
O conflito teve início em Marquetalia, na região de Tolima, quando um grupo armado tentou travar uma ofensiva do Exército contra uma comunidade autónoma de camponeses que existia naquele local.
A guerrilha sobreviveu a pelo menos quatro grandes campanhas militares de 12 governos diferentes. Nos últimos 15 anos, o exército colombiano, apoiado pelos Estados Unidos, aplicou uma ofensiva militar contra os rebeldes, obrigando os combatentes a refugiarem-se na selva e a renegociar a sua desmobilização.
Desde o início das hostilidades, a 27 de Maio de 1964 (data de fundação das Farc), o conflito foi responsável por mais de 220 mil mortes. É considerado um dos conflitos armados mais longos do mundo. A notícia do seu fim está a ser aplaudida por líderes de todo o mundo.