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A editora portuguesa “A Bela e o Monstro” prepara-se para lançar, nos próximos dias, um CD inteiramente dedicado ao Fado, cuja versão de colecionador estará disponível em caixas decoradas em filigrana de ouro ou prata.
Em declarações à Lusa, o produtor da obra explicou que este é um momento especialmente oportuno para trazer ao público a coletânea, que reúne temas históricos deste género musical.
Segundo João Pinto Sousa, “dado estar prevista a nomeação do Fado como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura]”, a data torna-se “única e absolutamente relevante para Portugal” e para a cultura portuguesa.
O trabalho em questão conta com 27 temas de fadistas já desaparecidos, aos quais, diz Pinto Sousa, “é devida uma homenagem nesta hora”. Entre eles destacam-se Amália Rodrigues, Fernanda Baptista, Carlos Zel, Hermínia Silva, Lucília do Carmo, Tony de Matos ou Alfredo Marceneiro.
Fado e filigrana, uma união inédita
A grande particularidade da coleção é a caixa do CD, decorada com filigrana, que foi preparada por um ourives de Viana do Castelo.
Manuel Freitas, “confesso” amante de Fado, foi convidado pela editora e diz ter encarado a proposta como “uma oportunidade de promover” o que mais ama na ourivesaria.
O comprador poderá escolher entre filigrana de ouro ou prata. Em qualquer dos casos, as peças têm em plano de destaque a guitarra portuguesa, “recriando todos os pormenores”.
Uma vez que se trata de uma edição numerada e limitada, estarão apenas à venda 270 exemplares em 19 lojas FNAC por todo o país, cada um por um preço na ordem dos mil euros.
A iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, um dos concelhos onde mais se promove o ouro tradicional. De acordo com João Pinto Sousa, a ligação justifica-se pela “força iconográfica que, quer o Fado, quer a filigrana, têm na cultura de Portugal”.
A candidatura do Fado a Património Imaterial foi apresentada pela Câmara Municipal de Lisboa, por intermédio da EGEAC/Museu do Fado, em Junho do ano passado, e será votada no VI Comité Inter-Governamental da Convenção da UNESCO, que decorre em Bali, na Indonésia, até ao próximo dia 29.
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