O número de visitantes a passar pela Universidade de Coimbra entre Janeiro e Maio de 2014 aumentou 20% em relação ao periódo homólogo do ano anterior, acompanhando a tendência de crescimento da afluência turística à cidade e ao País.
O número de visitantes a passar pela Universidade de Coimbra entre Janeiro e Maio de 2014 aumentou 20% em relação ao periódo homólogo do ano anterior. De acordo com o vice-reitor da instituição, Luís Menezes, não é, porém, a classificação da instituição como Património Mundial que está a fazer aumentar as visitas de turistas.
Em declarações à Lusa, Luís Menezes afirma que “muitas vezes, os turistas nem sabem da classificação”. “Apenas na visita guiada é que se informam e muitos ficam surpresos”, confidencia o vice-reitor para o turismo, acrescentando que o salto de 78 mil visitantes em 2013 para 95 mil em 2014 se deve “sobretudo ao aumento global do turismo nacional, que estará dentro dessas percentagens”.
Segundo o responsável, a Universidade de Coimbra está a tentar focar-se no “turista que pernoita”, disponibilizando “produtos de final de dia e produtos noturnos”, que incluem quer visitas a diferentes espaços da instituição universitária e da cidade, quer “espetáculos e animação cultural à noite”.
De acordo com Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, “há hoje uma perceção na cidade [de Coimbra] de que há um aumento significativo de turistas”, aumento este que se deve, além do incremento do fluxo turístico a nível nacional, à “mediatização da classificação [da UNESCO”.
“Precisamos de outros equipamentos que possam fazer parte da rede de oferta turística”, considera, destacando a importância de apostar “no turismo de saúde”, em aspetos “culturais e de animação” e numa perspetiva mais alargada que associe Coimbra “ao Lorvão, ao Buçaco ou a Conímbriga”.
Para o dirigente, a existência de espaços como o Museu Nacional Machado de Castro (MNMC) ou o Centro de Congressos, que ainda não está terminado, “são importantes para captar turistas por mais de uma noite”.
Apostar no “turismo de massas”
A mesma opinião é partilhada por Ana Alcoforado, diretora do MNMC, que admite que Coimbra é vista “como ponto de passagem” e realça a necessidade de se “apostar em infraestruturas”, em particular no estacionamento, que, atualmente, “obriga os autocarros a terem um tempo limite na zona da Universidade de Coimbra”.
A instituição que dirige, o MNMC, registou, entre Janeiro e Maio de 2014, um total de 21 mil visitas, esperando ultrapassar, este ano, os 58 mil visitantes de 2013. Porém, explica Ana Alcoforado, “a classificação coincidiu com a reabertura” do museu, não sendo possível “criar uma relação entre o aumento” e esta distinção.
A diretora da instituição museológica acredita que, além de apostar no “turismo de qualidade”, Coimbra tem de pensar “no turismo de massas”, estando o próprio museu a desenvolver “estratégias de visitas mais curtas” e a trabalhar nu m”bilhete conjunto” entre diferentes entidades do concelho que está ainda por criar.
Outro dos locais com uma crescente afluência de turistas é a Sé Velha, bem como o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, que registou 40 mil entradas em 2013 e 37 mil em 2012 e que, este ano, planeia ultrapassar estes números, avança o padre conimbricense João Evangelista.
O Museu Municipal de Coimbra, por seu lado, contabilizou 23 mil visitantes em 2013 face aos 19 mil de 2012 e, até Maio, foi já visitado por 10 mil pessoas.
Quanto ao Museu da Ciência, observou, pelo contrário, uma diminuição de visitas entre 2012 e 2013 devido a um menor “poder de compra” por parte dos visitantes portugueses, justifica Paulo Gama, diretor da instituição, notando que o público estrangeiro representa somente 6% a 8% das entradas.
