Em declarações à agência Lusa, Rosa Ramalho, diretora da Maternidade Daniel de Matos (MDM), refere mesmo que “o mais lógico seria existir um projeto a nível nacional em que se apurasse quantos bancos de leite materno seriam necessários e se avançasse por regiões, em vez de iniciativas isoladas”, devido à “logística pesada de funcionamento e até equipamento” que implicam.
Essa foi, aliás, uma das razões que impediu a implementação de um serviço deste género na Maternidade Bissaya Barreto (MBB): “Tivemos um plano mas não foi obtido financiamento e, neste momento, dadas as carências financeiras da instituição e do país, nada está previsto nesse sentido”, afirmou Fátima Negrão, pediatra de Neonatologia da MBB.
As duas maternidades são as unidades que acolhem, na região Centro, os grandes prematuros, que são quem mais beneficia do leite materno.
Na MBB, cerca de 73% dos prematuros são alimentados exclusivamente com este alimento; também na MDM, em 2008, 68,4% dos prematuros que receberam alta eram alimentados apenas com leite materno.
“Eventualmente não se justificará ter um banco de leite em cada maternidade mas, se calhar, faz sentido criar um, congregando as duas” instituições, considerou Rosa Ramalho, da MDM.
Atualmente, apenas funciona em Portugal um banco de leite materno, na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, instituído há apenas um ano.
