Pela primeira vez, uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra descobriu qual é a localização da proteína percursora da beta-amilóide (APP), que origina a proteína tóxica relacionada com o surgimento da doença de Alzheimer.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra descobriu, pela primeira vez, a localização da proteína percursora da beta-amilóide (APP), que dá origem a uma proteína tóxica relacionada com o surgimento da doença de Alzheimer. Esta descoberta pode facilitar o diagnóstico da doença e permitir a desenvolvimento de fármacos mais eficazes.
Os investigadores de Coimbra descobriram que a proteína percursora (APP) está enriquecida na região pré-sináptica ativa (zona onde são libertados os neurónios transmissores) e nos neurónios glutatérgicos (responsáveis pela libertação de glutamato que garante que os neurónios comuniquem entre si).
“Com esta descoberta, finalmente, percebe-se porque é que na fase inicial ocorre a perda da conexão entre neurónios (sinapses) e a degeneração dos neurónios glutamatérgicos é a mais acentuada”, afirma Paula Agostinho, autora responsável do artigo que será publicado no jounal of Alzheimer's Diasease, já no próximo mês.
O estudo, que localizou esta proteína e identificou a sua distribuição em diferentes regiões das sinapses (transmissão de informação de um neurónio para o outro) e em cada tipo de neurónio, foi realizado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC).
Um comunicado enviado ao Boas Notícias, esta segunda-feira, explica que, ao longo dos últimos três anos, os resultados deste estudo, realizado em animais, podem proporcionar uma maior facilidade no diagnóstico da doença de Alzheimer e permitir que se desenvolvam fármacos mais eficazes na fase inicial da doença, evitando a fragmentação da APP para impedir a formação da proteína tóxica e direcionar as terapias para o sistema glutamatérgico.
Ao terem sido descobertas as zonas onde a proteína percursora (APP) se encontra enriquecida, a equipa de investidores conseguiu perceber “porque motivo, na doença de Alzheimer, existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocamo e o córtex entorinal?” e também porque motivo que “uns neurónios são mais afetados do que outros?”.