A repórter Isa Soares foi conhecer a fábrica da marca portuguesa “Fly London”, em Guimarães, para compreender como este exemplo de produção nacional “está a expandir as suas pegadas a um nível global”.
“A produção de sapatos, que é uma das indústrias tradicionais mais antigas do país, está a sair de fora do mapa para encontrar uma nova saída da crise através da exportação. Alguns deles estão a descobrir novas formas de se deslocarem para países estrangeiros”, explica a peça da CNN.
[Exportações têm registado crescimento anual na ordem dos 6%]
A marca Fly London, que tem como logótipo uma mosca, é complemente fabricada em Portugal mas, “distintamente, não é portuguesa”. O design deste calçado é adaptado aos mercados internacionais e compete com marcas como a Nobrand, Camport, Eject, Mack James e Softwaves.
Pensar de uma forma global
Durante a entrevista, Alfredo Moreira, diretor executivo da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado (APICCAPS), explica que a opção por “nomes anglo-saxónicos encaixa perfeitamente com economia atual aberta e globalizada”.
O representante acredita que a melhor forma de defrontar a “forte concorrência” passa por “pensar de uma forma global”. A estratégia ajudou a empresa a registar um aumento de 97% a nível das exportações, atualmente fidelizada em 130 países em todo o mundo, como a Croácia, Dinamarca, Itália, Reino Unido, Rússia, EUA e Angola.
O diretor da Fly London, Fortunato Frederico, acredita que as empresas devem ir mais além do que o nome e apostar num investimento nas novas tecnologias que poderá permitir “fazer das encomendas um processo mais rápido e simples”.
Segundo a APPICAPS, a indústria de calçado portuguesa é a segunda mais valorizada do mundo, atrás da italiana. Para a CNN, o setor que cresce 6% em exportações ao ano, perante um cenário de crise, “é a cola que mantém segura uma economia fragmentada”.