Em Espanha, um grupo de cientistas conseguiu financiamento para voltar a tentar clonar uma espécie de animal extinta através de células preservadas em laboratório. Trata-se de um tipo de cabra de montanha, o bucardo (Capra pyrenaica pyrenaica), cujo
Em Espanha, um grupo de cientistas conseguiu financiamento para voltar a tentar clonar uma espécie de animal extinta através de células preservadas em laboratório. Trata-se de um tipo de cabra de montanha, o bucardo (Capra pyrenaica pyrenaica), cujo último indivíduo morreu em 2000.
As suas células, no entanto, foram congeladas em nitrogénio líquido, já a pensar numa futura possível recuperação da espécie. Em 2003, a equipa chegou a gerar uma cria a partir da técnica de clonagem, mas a mesma acabou por morrer um minuto após o seu nascimento.
Ainda assim, os especialistas não perderam a esperança e querem voltar a testar a viabilidade de se usar as células preservadas da última fémea de bucardo para recuperar esta espécie extinta. A BBC avança que o primeiro passo é verificar se as mesmas ainda estão vivas, ao fim de 14 anos de congelamento. Caso se confirme, tenta-se clonar embriões e, posteriormente, implantá-los no organismo de cabras de outras subespécies.
O bucardo apresentava características físicas e genéticas distintas das outras cabras de montanha que vivem na Península Ibérica. Segundo os investigadores, a mesma vivia perfeitamente adaptada ao seu habitat e era capaz de sobreviver ao frio extremo e à neve do inverno nos Pirinéus.
Porém, a sua população começou a declinar ao longo dos anos por várias razões, nomeadamente a caça. Em Abril de 1999, foi capturado o único exemplar restante, que os especialistas batizaram de Célia, e feitas biópsias por forma a congelar o tecido orgânico em nitrogênio líquido, à temperatura de -196ºC.
No ano seguinte, Celia morreu esmagada por uma árvore que caiu no Parque Nacional de Ordesa, no noroeste da Espanha. Na altura, injetou-se o núcleo das células preservadas de Celia em óvulos de cabras cujos DNAs haviam sido retirados. Posteriormente, esses mesmos óvulos foram implantados noutras fémeas, uma mistura híbrida entre cabras montanhosas ibéricas e cabras domésticas.
De um total de 57 óvulos implantados, sete geraram gestações, mas apenas uma foi até o fim, tendo a primeira cria por clonagem nascido em 2003. No entanto, a mesma acabou por morrer um minuto depois, devido a uma deficiência nos pulmões.
Notícia sugerida por Maria do Rosário Cruz