Um grupo de neurocientistas provou que é possível a comunicação direta entre cérebros humanos. A informação chegou via internet entre dois sujeitos separados por milhares de quilómetros.
Um grupo de neurocientistas, nos EUA, provou que é possível a comunicação direta entre cérebros humanos. A informação foi transmitida, com a ajuda de elétrodos, entre pessoas separadas por mais de oito mil quilómetros.
O estudo, revelado num comunicado do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), em Boston, conseguiu transferir informação entre cérebros de diferentes pessoas, através da leitura da atividade cerebral de um dos sujeitos e da injeção dessa mesma atividade cerebral no cérebro do segundo sujeito.
A equipa composta por Pascual-Leone, Giulio Ruffini, Carles Grau, líder de um grupo de investigação na Starlab Barcelona, e Michel Berg, da Axilum Robotics, transmitiu as palavras “hola” e “ciao” numa transmissão mediada por um computador através da utilização de um eletroencefalograma (EEG) ligado à internet e de tecnologias de estimulação magnética transcraniana guiadas por imagens assistidas de um robô.
Hoje em dia já era possível estabelecer a comunicação entre um cérebro e um computador, através de elétrodos colocados no crânio do sujeito que dava ordens para mover o braço ou a perna. O computador interpreta o sinal convertendo-o para a saída de controle – como um robô ou uma cadeira de rodas. No estudo do BIDMC, a equipa de investigadores adicionou um segundo cérebro na outra ponta do sistema.
Participaram na experiência quatro indivíduos saudáveis, entre os 28 e 50 anos de idade. Um dos indíviduos fez o papel de emissor da mensagem. Os três restantes participantes recebiam e processavam as mesmas. As mensagens foram transmitidas entre a Índia, Espanha e França.
Através do EEG, os investigadores traduziram a mensagem para código binário. Depois, um interface transmitiu a mensagem para os cérebros dos participantes através de estimulação cerebral não-invasiva.
A mensagem foi percecionada pelos recetores na forma de 'flashes' de luz periféricos. A luz surgiu numa sequência numérica que permitiu que os recetores descodificassem a informação. A mensagem foi rececionada com uma margem de erro de apenas 15%.
Pacual-Leone explica que “através do uso de neurotecnologias precisas, incluindo o EEG, fomos capazes de transmitir de uma forma direta e não-invasiva um pensamento de uma pessoa para outra, sem que estas tenham de falar ou escrever”. O investigador conclui, dizendo que “este é um passo importante na comunicação humana”.
Clique AQUI para ler o comunicado do estudo do BIDMC (em inglês) que foi recentemente publicado no jornal Plos One.
Notícia sugerida por Elsa Martins
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