Um grupo de investigadores de várias instituições britânicas acaba de concluir que uma série de mutações genéticas associadas à doença de Parkinson podem ser as responsáveis pela morte de células cerebrais nos pacientes com o problema.
Um grupo de investigadores de várias instituições britânicas acaba de concluir que uma série de mutações genéticas associadas à doença de Parkinson podem ser as responsáveis pela morte de células cerebrais nos pacientes com aquele problema, uma descoberta que poderá contribuir para o desenvolvimento de fármacos mais eficazes contra a patologia.
De acordo com o estudo, coordenado por Helene Plun-Favreau e publicado recentemente na revista científica Nature Neuroscience, que contou com a participação de especialistas do UCL Institute of Neurology, da Universidade de Cambridge e da Universidade de Sheffield, defeitos no gene Fbxo7 registados na doença de Alzheimer causam obstáculos ao nível da mitofagia.
Trata-se de um processo essencial através do qual o nosso organismo é capaz de eliminar mitocôndrias (organelas celulares responsáveis pela produção de energia vitais para as células nervosas) danificadas e, consequentemente, muito perigosas para a saúde.
Um comunicado divulgado pelo UCL – University College London explica que, ao longo dos últimos três anos, os cientistas têm acreditado que dois genes associados com a doença de Parkinson, o PINK1 e o Parkin, desempenham um papel neste processo de mitofagia, mas este novo estudo mostra exatamente a importância crucial do processo e a forma como as mutações num outro gene, o Fbxo7, interferem na doença e na ação dos primeiros dois genes.
Nos doentes com Parkinson, as mutações genéticas causam defeitos na mitofagia, levando a uma acumulação de mitocôndrias disfuncionais, o que justifica, pelo menos parcialmente, a morte das células cerebrais nos pacientes que sofrem desta patologia e apresentam sinais destas mutações.
Segundo Helene Plun-Favreu, líder do estudo, o que torna este estudo particularmente importante é “a confirmação de processos deficientes de mitofagia em diferentes modelos da doença de Parkinson, incluindo nas células de pacientes com uma mutação do gene Fbxo7.
“Estas descobertas sugerem que é possível desenvolver estratégias de tratamento que tenham como alvo o processo de mitofagia para beneficiar os doentes com Parkinson no futuro”, conclui a especialista.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na revista Nature Neuroscience (em inglês).