Durante o processo digestivo, que durou 132 horas, o intestino da cobra pitão birmanesa expandiu-se, a vesícula retraiu-se e o volume do coração aumentou em 25%.
Os cientistas, que verificaram o comportamento dos órgãos internos da espécie a partir de avançadas técnicas de imagiologia, julgam que o aumento do coração poderá dever-se à grande quantidade de energia necessária para a digestão daquela refeição.
Henrik Lauridsen, um dos cientistas envolvidos na experiência, explica à BBC que “a pitão é um predador sedentário”. “Jejua durante meses e depois come imenso. Pode comer o equivalente a cerca de 50% do seu peso e, para conseguir a energia necessária para digerir a comida, tem que reativar o intestino rapidamente”.
A cobra pitão birmanesa estudada tem cinco quilos, e estava anestesiada durante o processo.
Até agora, os investigadores recorriam frequentemente à dissecação para poderem estudar o interior dos animais. Esta nova técnica vem trazer inúmeras vantagens: “Por exemplo, depois de se abrir a carapaça de uma tartaruga, os pulmões colapsam, devido à mudança de pressão. Além de que, utilizando-se estas novas técnicas, não é necessário matar o animal”, explicou Kasper Hansen, também da Universidade de Aarthus.