Um grupo de cientistas britânicos conseguiu devolver uma mobilidade parcial a mais de 20 cães paralisados da cintura para baixo, graças a um transplante de células estaminais retiradas do nariz dos animais.
Um grupo de cientistas britânicos conseguiu devolver uma mobilidade parcial a mais de 20 cães paralisados da cintura para baixo, graças a um transplante de células estaminais retiradas do nariz dos animais.
Todos os animais que participaram na investigação tinham sofrido lesões na espinal medula que lhes causaram a perda de mobilidade dos membros inferiores (patas traseiras). Ainda que saliente a necessidade de efetuar novas experiências, a equipa da Universidade de Cambridge acredita que o tratamento poderá ser replicado em humanos.
Para realizar o estudo – que foi financiado pelo Medical Research Council e publicado no jornal de neurologia “Brain” – os investigadores tiraram células estaminais olfativas do nariz dos animais que depois foram cultivadas em laboratório.
Mais de 20 animais receberam o transplante das células sendo que a maior parte conseguiu recuperar algum movimento das pernas traseiras, conseguindo caminhar de forma independente numa passadeira elétrica.
Citado pela BBC, Robin Franklin, um dos investigadores envolvidos no estudo, disse que esta investigação vem provar que a “técnica do transplante de células estaminais pode corrigir lesões da espinal medula” e acredita que poderá “ajudar humanos paralisados a recuperar significativamente a sua mobilidade, ainda que não recuperem todos os movimentos”.
O investigador defende que esta técnica poderá ser mais eficiente se usada com determinadas substâncias e tratamentos que promovem regeneração das ligações nervosas.
Os investigadores salientam que o transplantes destas células estaminais regenerou parte das ligações nervosas da espinal medula – o que permitiu que os animais readquirissem alguns dos movimentos – mas não regenerou a totalidade das ligações ao cérebro. Nos humanos, esta recuperação pode ser fundamental, por exemplo, para recuperar o controlo das funções sexuais e das necessidades fisiológicas.
O dono de um dos cães que participou no estudo – um animal de 10 anos que se deslocava apenas com a ajuda de uma espécie de cadeira de rodas – disse aos investigadores que o animal adquiriu uma nova independência: passeia sozinho pelo jardim da casa e consegue acompanhar o ritmo de outros cães quando vai a rua.
Este cão, Jasper, surge no vídeo que foi divulgado pela equipa onde se pode perceber a sua evolução desde antes do tratamento, quando as patas traseiras estavam imobilizadas, até depois do transplante onde é visível que readquire parte da mobilidade.
Clique AQUI para aceder ao comunicado da Universidade de Cambridge.
[Notícia sugerida por Elsa Martins e AB]