Uma equipa de investigadores australianos acaba de conseguir financiamento para prosseguir com o desenvolvimento de um preservativo de nova geração que imita a pele e que poderá ser especialmente útil contra as DST's em África e na Ásia.
Uma equipa de investigadores australianos acaba de conseguir financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates para prosseguir com o desenvolvimento de um preservativo “revolucionário” de nova geração que “preserva e aumenta significativamente o prazer”, assemelhando-se à pele humana de forma a “melhorar a utilização” e “promover a regularidade” da mesma.
Os cientistas da Universidade de Wollongong (UOW), na Austrália, estão a trabalhar na criação de um preservativo que venha substituir os tradicionais, feitos de látex, recorrendo, para o fazer, ao uso de hidrogéis como principal matéria-prima.
O objetivo da investigação em curso é, acima de tudo, prestar auxílio a países, em particular em África e na Ásia, onde “problemas sociais, económicos e ambientais significativos derivam da falta de controlo da natalidade e da difusão de doenças sexualmente transmissíveis (as chamadas DST's)”.
De acordo com um comunicado da instituição universitária, os hidrogéis são materiais vantajosos porque “podem ser adaptados de forma a assemelhar-se à pele humana em termos de sensação, aparência e funcionamento”, havendo, por exemplo, a possibilidade de serem programados para ter “lubrificação automática e administração local de fármacos” e para se biodegradarem.
A matéria-prima destes novos preservativos é “muito segura” e já foi usada para desenvolver músculos artificiais e implantes biónicas
Segundo os especialistas, trata-se de uma matéria-prima “muito segura, encontrada em diversos itens de utilização diária, das lentes de contacto à alimentação” e que já tem sido usada por outras equipas da UOW “para o desenvolvimento de músculos artificiais e implantes biónicos”.
O trabalho está a ser coordenado por Robert Gorkin, que afirma que a equipa está muito entusiasmada com o apoio oferecido ao projeto pela fundação de Bill Gates e da sua mulher, Melinda.
“[Este apoio] vai dar-nos a possibilidade de explorar novas utilizações para os nossos materiais, que podem vir a melhorar as vidas de muitos e que seria muito difícil financiar de outra forma”, admite Gorkin, que acrescenta que os investigadores vão dedicar-se à compreensão das culturas e sociedades locais, um aspecto fundamental no desenvolvimento de preservativos que sejam bem acolhidos.
“Estamos a tentar dialogar com os habitantes para olhar para questões culturais e sociais que possam ser incorporadas no design de eventuais protótipos e produtos”, realça o investigador.
“Além disso, estamos a ter em conta aspetos associados à manufatura, regulação e distribuição [dos preservativos], que serão fundamentais para o sucesso nas regiões que pretendemos atingir”, conclui.
Veja abaixo um vídeo divulgado pela universidade sobre o desenvolvimento deste preservativo de nova geração.
Notícia sugerida por Maria Pandina e Maria da Luz