Um grupo de investigadores da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, encontrou novas espécies marinhas nas zonas mais profundas do mar, enquanto pesquisava as aberturas de vulcões submarinos no Oceano Índico, avança a BBC.
As imagens capturadas na cadeia de montanhas submarinas no sudoeste do Oceano Índico, foram efetuadas com a ajuda de um robô, o Kiel 6000, do Instituto de Ciências Marinhas de Leibniz, na Alemanha. E, de acordo com a BBC, os investigadores encontraram novas criaturas de várias espécies como moluscos e crustáceos.
“Esperava encontrar nestes respiradouros do Índico algumas semelhanças com as espécies que habitam em ecossistemas idênticos no Atlântico e em outras aberturas do Oceano Índico, mas também encontrámos animais que não são conhecidos em nenhuma destas áreas, e isto foi uma grande surpresa”, referiu o professor Jon Copley, investigador responsável pelo projeto, em declarações à BBC.
“Uma das (novas) espécies descobertas foi um tipo de caranguejo yeti. Atualmente estão catalogadas duas espécies de caranguejo yeti no Oceano Pacífico. Esta espécie descoberta no Indico não é como as outras, mas é o mesmo tipo de animal, com braços longos e cabeludos”, revelou o investigador.
“Também encontramos alguns pepinos-do-mar, desconhecidos dos respiradouros do Atlântico ou da Cadeia Central Índica, mas que são conhecidos no Pacífico”, acrescentou.
A diversidade e a ameaça da manutenção dos respiradouros vulcânicos
Com estas descobertas os cientistas britânicos estão confiantes de que podem descobrir mais sobre a vida destas espécies que se movimentam nas aberturas vulcânicas submarinas. Isto porque, os respiradouros têm vida curta e caso as criaturas que habitam a área não tenham habilidade de se mover de um ecossistema para outro, a vida nestas regiões seria extinta.
Por outro lado, os investigadores temem pelo futuro desta região, uma vez que a China obteve uma licença concedida pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, entidade que regula a exploração nos oceanos, para explorar o potencial de mineração destes respiradouros.
Os respiradouros hidrotermais foram descobertos inicialmente em 1977. Estes são fissuras no fundo do oceano que expelem água a elevadas temperaturas e muito rica em minerais. Mesmo contendo água muito quente estas áreas podem conter ecossistemas variados.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta]