Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de anunciar o desenvolvimento de uma bateria orgânica de longa duração que é feita à base de água e construída a partir de componentes ecológicos, não utilizando quaisquer metais ou tóxicos.
Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de anunciar o desenvolvimento de uma bateria orgânica de longa duração que é feita à base de água e construída a partir de componentes ecológicos. A nova bateria, que não utiliza quaisquer metais ou materiais tóxicos, pode vir a revolucionar o funcionamento das centrais elétricas.
Em comunicado, os cientistas do College of Letters, Arts and Sciences da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, revelam que esta bateria é capaz de tornar as redes elétricas das fábricas mais resilientes e eficientes, criando uma alternativa em larga escala para o armazenamento de energia.
Ao contrário das baterias de lítio tradicionais, que se degradam ao fim de 1.000 ciclos de recarga e cujo fabrico “custa 10 vezes mais”, “estas baterias duram durante cerca de 5.000 ciclos de recarga, o que lhes dá um tempo de vida de aproximadamente 15 anos”, afirma Sri Narayan, professor de química daquela universidade e um dos autores do estudo publicado em Junho na revista Journal of the Electrochemical Society, em comunicado.
A bateria inovadora criada pela equipa de Narayan baseia-se num design de fluxo “semelhante ao design de uma célula de combustível, com dois tanques de materiais eletroativos dissolvidos em água”. As soluções são bombeadas para uma célula que separa estes materiais por uma membrana com elétrodos de cada lado, gerando energia.
Para desenvolver este sistema, Narayan e o colega Surya Prakash procuraram inspirar-se na Natureza, trabalhando no sentido da descoberta de um composto orgânico que pudesse desenvolver-se na água e que, além de ser mais barato, tivesse o menor impacto possível sobre o meio ambiente.
Os dois químicos constataram, então, que as quinonas – compostos orgânicos oxidados que podem ser encontrados em plantas, fungos, bactérias e alguns animais e que estão envolvidas na fotossíntese e na respiração celular – eram a melhor opção, apostando na sua utilização.
“[As quinonas] são as moléculas que a Natureza usa para a transferência de energia”, realça Narayan, acrescentando que, no futuro, estas poderão ser obtidas a partir do dióxido de carbono para a produção das baterias ecológicas.
De acordo com os inestigadores, estas novas baterias ecológicas têm potencial para abrir caminho a uma nova geração de armazenamento de energia em termos de “simplicidade, custos, fiabilidade e sustentabilidade”, já que, ao contrário dos painéis solares ou das turbinas eólicas, funcionam a todo o momento e permitem que a energia guardada seja utilizada sempre que necessário.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes