O estudo, publicado na revista Nature este domingo, indica que o processo permite fabricar células sanguíneas com o mesmo perfil genético do indivíduo a que se destinam, com a vantagem de dispensar o uso de tecidos estaminais embrionários. A questão ética está, desta forma, preservada de controvérsias, o que simplifica a aplicação do método.
De acordo com o jornal The Guardian, os cientistas conseguem ainda conceber vários tipos de células sanguíneas, quer sejam glóbulos vermelhos, glóbulos brancos ou até mesmo plaquetas, consoante as necessidades do paciente.
“Se o paciente tiver anemia, apenas necessita de mais glóbulos vermelhos, pelo que podemos produzir apenas esses componentes. Se, por outro lado, quiséssemos tratar alguém com falhas a nível da coagulação sanguínea, poderíamos alterar a fórmula de modo a produzir apenas plaquetas”, explicou Mickie Bhatia, da Universidade McMaster.
Um avanço médico deste tipo pode revestir-se de maior importância ainda para os doentes oncológicos.
“A quimio e a radioterapia atingem o sistema sanguíneo, e, por isso, esperamos que esta técnica ofereça uma alternativa que permita que os pacientes continuem os seus tratamentos de forma mais saudável”, refere Cynthia Dunbar, do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, em Maryland.
A mesma responsável, citada pelo The Guardian, avança mesmo que este novo método pode fazer com que os transplantes de medula óssea e a escassez de dadores sejam “uma coisa do passado”.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]