Um grupo de cientistas norte-americanos conseguiu, pela primeira vez, reverter, embora não totalmente, um quadro de surdez em ratinhos ao regenerar os pequenos pelos que detetam os sons no interior do ouvido.
Um grupo de cientistas norte-americanos conseguiu, pela primeira vez, reverter um quadro de surdez em ratinhos ao regenerar os pequenos pelos que detetam os sons no interior do ouvido. Embora a audição não tenha sido totalmente restaurada e o tratamento em humanos ainda esteja longe de se tornar realidades, os resultados deixaram os especialistas “extremamente contentes”.
De acordo com a BBC, a investigação foi desenvolvida por um grupo de especialistas das universidades de Harvard e Massachusetts, que injetaram nos ouvidos dos ratinhos – totalmente surdos – uma substância que estimulou o crescimento dos referidos pelos.
Os cientistas acreditam que a maior parte dos problemas auditivos resulta de um dano nesses pelos, o que justificou o início deste estudo, publicado na revista Neuron. Após a medicação, os animais recuperaram parte da audição, passando a ser capazes de ouvir sons como o de uma porta a bater ou o das buzinas no trânsito.
Tal aconteceu porque o fármaco injetado “reprogramou” as células, alterando os seus genes e estimulando a sua transformação em células de pelos, o que fez com que alguns sons passassem a ser entendidos pelos animais.
Renegeração “capilar” é um grande desafio
“Até agora não era possível regenerar as células dos pelos em mamíferos adultos e isso é muito importante. Pela primeira vez, o nosso estudo mostrou que é possível”, afirmou Albert Edge, um dos investigadores, citado pela cadeia televisiva britânica.
“Atualmente os ratinhos já conseguem detetar um barulho alto numa frequência alta, como uma porta a bater ou os ruídos do trânsito, mas isso ainda está longe de ser uma audição de caraterísticas normais”, alertou Edge, que sublinhou que “houve um pequeno progresso, mas não um imenso progresso”.
De realçar que, em 2012, foram feitos avanços similares com recurso a células estaminais que, em casos onde as ligações entre os pelos dos ouvidos e o cérebro foram interrompidas, foram utilizadas para criar novas conexões. No entanto, os cientistas admitem que esta regeneração “capilar” é um desafio muito mais complexo.
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