O investigador da Faculdade de Farmácia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra obteve este reconhecimento pelo seu artigo “Silencing ataxin-3 mitigates degeneration in a rat model of Machado-Joseph disease: no role for wild-type ataxin-3”, publicado na revista Human Molecular Genetics.
O prémio, a atribuir anualmente, tem o valor de 10 mil euros, valor que o cientista já prometeu destinar à compra de uma cadeira de rodas.
O trabalho de Sandro Alves incide sobre o estudo da doença de Machado-Joseph, que se caracteriza pela descoordenação motora, em especial dos movimentos musculares voluntários e da fala e que se manifesta, normalmente, a partir dos 40 anos. A doença terá sido identificada pela primeira vez na década de 70 em famílias de lusodescendentes nos EUA, e foi diagnosticada pelo também português Corino de Andrade.
Sob a orientação dos investigadores Luís Pereira de Almeida e Nicole Déglon, a investigação demonstrou que o silenciamento da expressão de uma proteína codificada pelo gene MJD1, envolvido na doença, permitiu reduzir a doença num rato. O método poderá assim ser reproduzido com possíveis resultados também em seres humanos.
O Prémio Pulido Valente Ciência, criado em conjunto pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente, visa distinguir o melhor trabalho publicado no domínio das Ciências Biomédicas, cujos investigadores tenham idade inferior a 35 anos.
A cerimónia de entrega do prémio tem lugar às 15h30, no Salão Nobre do Palácio das Laranjeiras.