No início do próximo ano, a Fundação Champalimaud vai lançar um programa de avaliação de risco global, baseado numa análise do comportamento individual e do registo médico familiar de cada pessoa.
No início do próximo ano, a Fundação Champalimaud vai lançar um programa de avaliação de risco global, baseado numa análise do comportamento individual e do registo médico familiar de cada pessoa.
“A ideia é encontrar uma forma de ajudar os homens e mulheres, mesmo aqueles que não têm sintomas nem queixas concretas, a gerir a possibilidade de ter cancro, antes que ele apareça”, diz Leonor Beleza, presidente da Fundação, à Lusa. “Hoje em dia, metade dos homens e um terço das mulheres têm ou vão ter um cancro ao longo da sua vida”.
A responsável adianta que o programa não visa o diagnóstico precoce de um certo tipo de cancro, mas sim “ver a pessoa como um todo” por forma a compreender se corre risco acrescido de desenvolver a doença.
“Um médico fará uma leitura global da pessoa e ajudá-la-á a compreender se está ou não com uma situação de risco superior à média e que tipo de comportamento e vigilância deve adotar para evitar esse risco”, explica.
A avaliação terá em conta a história familiar da pessoa e poderá ser complementada com a realização de um estudo genético. “A pessoa fica a saber se deve, ou não, submeter-se mais cedo e com mais frequência aos testes de diagnóstico que existem neste momento para detetar se há uma situação anómala”, exemplifica.
Questionada sobre o custo desta avaliação, Leonor Beleza considerou que “nunca será tão caro, tão violento e tão doloroso como tratar uma situação descoberta demasiado tarde”.
A mesma anunciou ainda a abertura na Fundação de uma Escola Europeia de Neurociências, para a formação de neurocientistas em várias alturas da carreira.
Em 2013, a Fundação Champalimaud conseguiu oito milhões em bolsas de investigação, valor que será usado ao longo de cinco anos.