Uma equipa do Google desenvolveu um "cérebro artificial" capaz de aprender sozinho. Trata-se de uma rede de 16 mil processadores e que conseguiu identificar um gato sem intervenção humana.
Uma equipa do Google desenvolveu um “cérebro artificial” capaz de aprender sozinho. O anúncio foi feito esta segunda-feira, quando os investigadores deram a conhecer este “cérebro” que não é mais do que uma rede de 16 mil processadores e que conseguiu identificar um gato.
De acordo com o New York Times, o grupo, coordenado pelo investigador Jeff Dean, e que se encontrava a trabalhar no laboratório Google X, na Califórnia, criou uma “rede neuronal” constituída por mais de mil milhões de ligações e associada à Internet. Depois, pediu-lhe que identificaCérebrosse um gato sem, no entanto, nunca lhe ter transmitido qualquer informação acerca da aparência de um destes animais.
Para que esta identificação fosse possível, os investigadores foram “alimentando” o sistema com imagens aleatórias retiradas de mais de 10 milhões de vídeos do Youtube, processo durante o qual este “cérebro” pôde “aprender”. Algum tempo mais tarde, este mostrou-se capaz de identificar os gatos representados nas imagens sem qualquer intervenção humana.
“Nunca lhe dissemos, durante a aprendizagem: 'isto é um gato'. O 'cérebro' basicamente inventou o conceito de gato”, explica Jeff Dean, citado pelo jornal norte-americano. “Ao contrário do que tendemos a acreditar, esta experência mostra que é possível criar um detetor facial sem que as imagens sejam etiquetadas como contendo rostos ou não”, acrescenta.
Além de ter cumprido esta proeza, a “rede neuronal” conseguiu ainda identificar 20 mil categorias de objetos retirados da base de dados ImageNet. Embora os resultados tenham mostrado uma precisão de apenas “15,8% de precisão”, a verdade é que este número corresponde a “um salto de 70% face aos resultados obtidos com a tecnologia mais avançada existente”, realçam os investigadores.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]